O ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, disse na quinta-feira da passada semana que o Governo quer fazer pactos regionais sobre a água, e deu como exemplo um pacto para o Algarve.
Numa audição na Assembleia da República no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2023, o ministro lembrou que no Algarve há um plano de eficiência hídrica, que tem investimentos vários e que tem como objetivo haver mais disponibilidade de água.
Duarte Cordeiro, que reafirmou que o objetivo é haver planos de eficiência hídrica em todas as regiões, e referiu Trás-os-Montes com uma região preocupante em termos de escassez de água, recordou que para o plano do Algarve há investimentos, por exemplo, em aproveitamento de águas residuais, ligação entre sistemas e dessalinização.
E revelou que está a ser avaliada a dimensão da dessalinizadora do Algarve, porque poderá fazer sentido fazer uma maior do que o inicialmente previsto.
Esses investimentos, referiu, decorrem de fundos comunitários, do Plano de Recuperação e Resiliência e também de investimentos dos municípios. E há, acrescentou, “um conjunto de cenários de stress hídrico previstos para o futuro” que vão diminuir a água disponível.
“Teremos de cruzar aquilo que é a água que hoje temos, mais a água que teremos com os investimentos, menos a água que deixamos de ter devido as alterações climáticas, e temos que a distribuir pelos consumos previsíveis para o futuro, nomeadamente a agricultura”, disse Duarte Cordeiro, explicando que em tudo isso é preciso envolver a região num pacto regional sobre os consumos e as disponibilidades previsíveis.
O ministro deu como exemplo o Algarve, onde o plano de eficiência hídrica está mais avançado, mas lembrou outros, para o Alentejo, Médio Tejo ou zona Oeste, e a propósito do plano de eficiência hídrica do Alentejo referiu como quase certo que será construída uma dessalinizadora no litoral alentejano e possivelmente outra na zona Oeste.
A necessidade dessa estrutura no Alentejo foi referida, disse o ministro, por entidades como a Associação de Regantes do Mira, acrescentando que há “potenciais interessados” em investir. Duarte Cordeiro lembrou que o litoral alentejano tem, além da pressão agrícola, uma pressão da indústria e do turismo.