A Pintura integra o Desenho na sua génese. Como suportes de rigor os pintores desenvolveram diversas ferramentas, desde a régua à geometria, a óptica (lentes e espelhos), a câmara-escura e a câmara-lúcida no Desenho fotogénico delineado à mão.
No século XIX, com a Química, desenvolveram o registo da imagem usando a incidência da luz numa superfície quimicamente preparada (inventos diversos), dispensando a mão humana. Utilizando a câmara-escura chamou-se-lhe Fotografia, e daí ao Cinema (com a película e o cinematógrafo) foi um ápice, porque o processo de animação de imagens era conhecido havia séculos.
Com excepção da impressão, a fase Química da Fotografia foi ultrapassada por novas Tecnologias (Electrónica e Informática) mas esta mudança não alterou o fundamental da Arte, apenas a Técnica do registo na câmara-escura, que, no essencial, implica o domínio da luz conduzindo-a na entrada da câmara, na opção, propriedade e ajuste óptico, e regulando a abertura no seu espaço e tempo. Porém, além do domínio artístico da Técnica, a Arte está na maior parte do trabalho anterior, que tem por objectivo Desenhar com a Luz.
A Pintura há-de continuar a usar as Tecnologias da sua existência e também as Novas Tecnologias.
A Arte da Pintura foi, é, e será sempre um trabalho continuado e constante de reflexão sobre o Desenho obtido e em execução e a sua representação mental, retribuindo o Autor com a intervenção de formas de representação em novos registos de imagem, (re)definindo novos Desenhos, relacionando-os, compondo-os, reformulando-os, etc.. E assim é a Pintura Digital de Maria Paulo, a partir do registo de imagens de vários Objectos e suas Contradições de actualidade, lúdica, política, social…
Brevemente em Exposição na Alfa, Galeria Arco em Faro.
*O autor escreve de acordo com a antiga ortografia
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