Escrevo este artigo, e consequentemente, aproveito a oportunidade para dar a explicação, devida, aos eleitores algarvios. Nunca quis depender da política, porque sempre entendi a mesma como uma missão. Quando José Sócrates instituiu o limite de mandatos, aplaudi. Só tenho pena que a mesma não se tenha estendido aos Deputados, por uma questão de coerência e de princípio.
Nos próximos dias irei suspender o meu mandato de Deputado à Assembleia da República, para assumir funções na área privada. Sempre estudei toda a minha vida para ganhar competências e para nunca depender da política. Por essa circunstância, vou a partir dos próximos dias começar um novo capítulo da minha vida, com novos desafios e com uma enorme vontade de fazer coisas.
Precisamos que os políticos algarvios não tenham receio das máquinas partidárias de Lisboa e batam o pé. É necessário reivindicar que precisamos de mais saúde, de mais respeito e de mais condições para traçar o nosso próprio caminho. A regionalização é fundamental para concretizar esse desígnio
Entendo que os políticos devem ter uma base de conhecimento sólida e, respetivamente, devem estar preparados para os desafios do futuro.
Sempre defendi que se deve falar do que se sabe e ter-se ideias próprias para os territórios que estamos a governar ou para os quais trabalhamos.
Os cargos políticos não devem ser um fim para se atingir um determinado status social, mas, como referi anteriormente, um tempo em que damos o nosso contributo à sociedade e a uma determinada comunidade. Em meu entender, esses são pressupostos essenciais e fundamentais para um político ser livre.
Um político livre tem liberdade para decidir. Um político livre não tem medo de perder, porque o seu posto de trabalho e o seu rendimento não será posto em causa se tal acontecer. Um político independente decide sem ter medo de interferir em lobbies e decide na presunção de ter de fazer o que tiver de ser feito. Um político deve ter um programa e concretizar obra para melhorar a vida das pessoas. Infelizmente, nos dias de hoje, aqueles que passam “entre os pingos da chuva” sem obra feita, sem posições fraturantes ou simplesmente sem posições sobre nada, são aqueles que se vão “safando”. Com umas festinhas e umas caridadezinhas, a coisa vai andando despejando, aqui e ali, mais ilusões aos cidadãos para ganharem as eleições seguintes. É o que temos…
Não sei se consegui ser tudo o que aqui referi. Bem sei, que alguns “espertalhões” virão com a história da dívida de Vila Real sobre a qual podemos discutir esse tema de forma aberta, civilizada e educada. Terei muito gosto. Uma coisa é certa: é impossível entrar no concelho de Vila Real de Santo António, sem nos depararmos com obras executadas pelos executivos que liderei. Honra-me também, no entanto, a circunstância de nunca ter sido acusado, nem condenado por violações do PDM ou por quaisquer outros crimes.
Escrevi este texto, porque entendo que a nossa região precisa, mais do que nunca, de rasgo, de programa de desenvolvimento. Não precisa de políticos acomodados, de políticos sem ideias, com vontade, apenas, de utilizar o estatuto que a política, transitoriamente, lhe dá. Precisamos que os políticos algarvios não tenham receio das máquinas partidárias de Lisboa e batam o pé. É necessário reivindicar que precisamos de mais saúde, de mais respeito e de mais condições para traçar o nosso próprio caminho. A regionalização é fundamental para concretizar esse desígnio.