O prolongamento, sem fim à vista, da guerra na Europa causada pela injusta e injustificada invasão da Federação Russa sobre a Ucrânia começa a provocar efeitos graves sobre a vida de todos os europeus. Portugal, infelizmente, não é exceção.
Depois de uma Pandemia que interrompeu um inédito ciclo de crescimento e convergência do nosso país com a Europa chega-nos uma guerra que ninguém esperava e desejava. Depois da COVID-19 e do aumento do desemprego que, como demonstram os resultados deste último verão, já havíamos ultrapassado a longa paz europeia foi interrompida com efeitos muito nefastos na inflação e nos custos de vida das famílias, designadamente nos preços da eletricidade, dos combustíveis e de bens alimentares.
O Governo do Partido Socialista já anunciou um conjunto de medidas de apoio às famílias, de forma a que seja possível amenizar a perda de rendimentos e, mais recentemente, foi apresentado um pacote de apoios para as empresas de forma a manter a capacidade produtiva e a competitividade da economia do país.
“É necessário que os repetidos apelos do Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres sejam ouvidos. Para o bem da Europa é urgente parar esta guerra“
A abertura do mercado regulado de eletricidade, de forma a proteger os consumidores domésticos e pequenas empresas, o apoio até 500 mil euros da fatura de eletricidade para as indústrias intensivas em gás. A antecipação do aumento das pensões, com o pagamento já em outubro do equivalente a meia pensão e a atribuição de 125 euros por sujeito passivo de cada agregado e 50 euros por cada dependente até aos 24 anos. Uma linha de apoio às empresas de 600 milhões de euros para responder ao aumento dos custos, a que se soma uma segunda linha de financiamento de 250 milhões de euros dirigida ao sector social e mais 120 milhões de euros de comparticipação face ao aumento do valor do gás para as instituições de solidariedade social são algumas das medidas já aprovadas.
Ao todo o Estado disponibilizou até ao momento cerca de cinco mil milhões de euros de apoios para as famílias e as empresas.
Perante a incerteza da guerra, o Governo procura responder às dificuldades protegendo o rendimento das famílias e a capacidade produtiva das empresas sem vacilar no compromisso de manter as contas certas. Sabemos que este é um caminho estreito, mas tal como demonstrámos na pandemia a gestão equilibrada entre o deve e o haver é o único exercício de governação capaz de manter Portugal a crescer e a convergir com a Europa.
O turismo voltou este ano a ser o motor do crescimento da economia e a demonstrar a sua capacidade para gerar emprego. O Algarve é disso bom exemplo. A indústria do turismo é uma atividade de paz. É necessário que os repetidos apelos do Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres sejam ouvidos. Para o bem da Europa é urgente parar esta guerra.