A Sotheby’s Vilamoura faz parte da Portugal Sotheby’s Realty, imobiliária residencial de luxo. Em março passado, na Convenção Nacional da empresa em Portugal, Vilamoura alcançou o 1º lugar nas categorias de faturação e número de transações.
Virgolino Gomes, Partner e Office Manager do escritório de Vilamoura conversou com o Postal sobre o crescimento deste escritório em Vilamoura.
P – Em 1º lugar, gostaríamos de dar a conhecer o escritório da Sotheby’s de Vilamoura e saber que dinâmica imprime à equipa, tendo em conta a sua liderança e as exigências do mercado deste segmento.
R – A Sotheby’s está presente em Vilamoura desde 2010 e tem vindo a crescer de forma progressiva a sua presença neste segmento mais alto do mercado imobiliário no Algarve. Neste momento, contamos já com 30 elementos divididos por três equipas na área comercial, às quais se juntam a Direção Processual, que garante o suporte jurídico para questões internas e de esclarecimento das matérias relacionadas, o Office Assistant, que assegura que tudo está operacional para as equipas comerciais trabalharem e, mais recentemente, a nova assistente de Marketing, que ajuda com a organização de eventos e gestão das redes sociais.
A nossa gestão diária assenta muito na atenção e acompanhamento dos nossos elementos por parte dos nossos Diretores Comerciais, que conhecem as necessidades de cada pessoa. Nos dias de hoje, e sobretudo num contexto de trabalho competitivo, é fundamental que haja um equilíbrio entre responsabilidade, flexibilidade, resultados e qualidade de vida. Tentamos trabalhar esse equilíbrio na definição dos objetivos mediante a ambição individual e as circunstâncias de cada elemento, sendo assim um compromisso mútuo. Tudo isto conjugado com algumas ações que envolvem toda a equipa, pois potencia a entreajuda e o espírito de equipa. Acredito que este ponto faz toda a diferença e é o que nos permite continuar a crescer e responder às exigências do mercado de luxo.
P – O conhecimento que têm da região e a relação de proximidade que estabelecem com o cliente, são a chave para o sucesso que têm alcançado?
R – O resultado recorde que alcançámos no último ano foi possível, no meu entender, através de uma conjugação de fatores: por um lado, a maturidade e a dimensão da equipa, que tem vindo a desenvolver vasto conhecimento e experiência do mercado, por outro, as nossas dinâmicas internas e a formação e treino constante que desenvolvemos de forma a melhorar a eficácia das nossas ações diárias para prestar um melhor serviço.
É fundamental construir um elo de confiança com o cliente, compreender as suas necessidades ou desejos, para podermos aconselhar com base no nosso conhecimento e experiência, quer seja numa perspetiva de lazer, ou de investimento. Além disso é importante lembrar que os clientes deste segmento são exigentes, têm expectativas altas, e possuem um elevado nível de conhecimento sobre o mercado imobiliário de uma forma geral. É fundamental ter as ferramentas certas para corresponder a expectativas e satisfazer exigências.
Resumidamente, acredito que estamos bem posicionados para aproveitar as condições de mercado que vivemos, uma vez que o Algarve é um destino muito apetecível para investidores nacionais e internacionais.
P – Como define o perfil dos elementos desta equipa, que objetivos é que traçam e, por outro lado, que benefícios é que a Sotheby’s oferece a quem a integra?
R – É uma pergunta habitual, a de como selecionamos as pessoas. Todas as pessoas são diferentes, em estilo e personalidade, umas são mais jovens e irreverentes, outras mais experientes e ponderadas, mas todas se complementam. Não posso dizer que só quem tem mais experiência nas áreas do atendimento ao cliente, turismo ou hotelaria é bem-sucedido. Temos elementos formados nas áreas da saúde, da engenharia ou finanças. Diria que não há uma regra, mas sim alguns traços comuns: a confiabilidade para conquistar a confiança dos clientes, o entusiasmo, a vontade de superação, e um forte sentido de responsabilidade e compromisso.
Como disse anteriormente, em termos de objetivos, tentamos fomentar um equilíbrio mediante a ambição individual e as circunstâncias de cada um. A flexibilidade permite aproveitar as horas mais produtivas, mas ao mesmo tempo ter o tempo necessário para si. Temos pessoas com filhos pequenos e com logísticas difíceis ou que praticam desporto ou que aproveitam para tratar de coisas da sua vida pessoal durante o dia, sem que isso atrapalhe os resultados. E, naturalmente, com bons resultados surgem bons rendimentos.
Em termos de benefícios, são variados, a Sotheby’s é uma empresa internacionalmente reconhecida, e isso possibilita novas oportunidades – como a formação constante para melhorar o desempenho profissional e pessoal. Exemplo disso, é o Programa Masters que desenvolvemos internamente, em que são selecionadas pessoas de cada escritório com condições de progressão. Em Vilamoura temos uma pessoa selecionada para este curso.
Finalmente, é inevitável falar da remuneração. Não é de todo impossível chegar a valores médios entre 50.000€ e 100.000€ por ano. Sendo que há quem se destaque e ganhe muito mais do que isso, tudo depende da ambição, dado que as comissões vão aumentando à medida que se vão fazendo mais negócios.
P – Tendo em conta que em março passado, ficaram em 1º lugar na convenção nacional da empresa em Portugal, nas categorias de faturação e número de transações, qual foi o significado das distinções?
R – Obviamente que foi um momento de grande alegria, sobretudo porque o primeiro lugar é sempre muito disputado com os outros escritórios da nossa rede. Este resultado foi sendo construído com a contribuição de todos os elementos da equipa ao longo do ano, o que quer dizer que premeia todos, incluindo os mais novos. Mas além da faturação recorde, também o número de transações efetuadas surpreendeu, e este aspeto é muito importante para nós, pois conseguimos satisfazer muitos mais clientes, e isso trará também um bom retorno a médio prazo, pois os clientes satisfeitos acabam por recomendar os nossos serviços.
P – Perante estes resultados, como preparam o futuro, sabendo que a economia é tão volátil?
R – Este resultado acarreta agora a responsabilidade de manter o nível alcançado, mas sobretudo sinto uma vontade conjunta de a equipa se continuar a superar. Em termos de futuro, queremos continuar a crescer e a alargar a nossa área de abrangência no Algarve e para isso vamos precisar de mais profissionais competentes e ambiciosos.
Creio que nos próximos anos, o mercado de trabalho irá sofrer mudanças grandes. Neste contexto atual de inflação alta, as empresas de uma forma geral não conseguem acompanhar na remuneração aos seus colaboradores. Logo, penso que haverá maior interesse e disponibilidade dos profissionais em explorarem opções de trabalho independente. Alguns criarão os seus próprios negócios, outros irão preferir associar-se a empresas que potenciam a rentabilização por via das suas capacidades pessoais, numa relação com ganhos mútuos.
Estamos atentos a esta evolução do mercado de trabalho e à oportunidade de crescimento da nossa equipa, e a identificar perfis nas diversas áreas que queiram evoluir connosco, e continuarmos o nosso plano de expansão para o Algarve.
P – Qual é o balanço que faz deste primeiro semestre de 2023 da evolução do segmento de mercado de luxo em Vilamoura?
R – Este primeiro semestre, foi bastante ativo à semelhança do ano passado. O Algarve continua a ser um destino bastante requisitado. Com os desafios atuais da economia global, o Algarve tem sido um mercado de refúgio para o investimento, mas também para muitas pessoas que escolhem a região para viver permanentemente, ou pelo menos para passar grande parte do seu tempo e usufruir do que tem de melhor.
Se falarmos da relação entre a oferta e a procura, a falta de oferta é notória não só no Algarve como também a nível nacional, mas contrariamente, os níveis de procura são bastante altos. Se olharmos numa perspetiva de médio prazo, é impossível que o lado da oferta iguale os níveis de procura de forma rápida. Por outro lado, também não se antevê que o nível de procura que temos hoje venha a diminuir drasticamente. Dificilmente, o Algarve deixará de ser apetecível pelas razões habituais que conhecemos, pelo contrário, está cada vez com melhores serviços e infraestruturas que agradam e dão confiança a uma clientela de um nível social, cultural e financeiro cada vez mais alto. Podemos dizer com segurança que o Algarve ainda é um destino a ser descoberto por novos mercados, mas ao mesmo tempo já está a posicionar-se como referência internacional.
Felizmente para o negócio, vários novos projetos estão agora a ser lançados, e isso será muito bom para o mercado continuar a funcionar de forma saudável com os níveis de procura e de oferta mais equilibrados.
P – Qual é a maior origem dos investidores no imobiliário residencial? O fim do programa Golden Visa interferiu de alguma forma no tipo de cliente que vos procura?
R – Mais de 50% dos nossos clientes são estrangeiros, mas existem outros tantos nacionais que igualmente procuram mais do que uma casa de férias, uma segunda residência no Algarve.
Em termos dos clientes estrangeiros a nacionalidade que mais cresceu foram os clientes norte-americanos, que têm sido a nova tendência no mercado. Seguidos depois pelos mercados convencionais, Inglaterra e Irlanda, e pelos mercados do centro da Europa. Também da África do Sul, temos notado uma procura crescente.
O fim anunciado dos Vistos Gold não tem causado especial impacto, sobretudo neste início de ano. Mas visto que o programa já só possibilitava aquisições em empreendimentos turísticos, e localizações de baixa densidade, estas acabam por ser residuais, comparadas com o grosso das transações convencionais, por isso não creio que vá ter qualquer impacto nos nossos resultados.
P – Se tivesse de destacar alguns negócios concretizados pelo escritório, quais é que merecem mais relevo, quer pelos valores envolvidos, quer também pelo envolvimento que exigiu?
R – Posso destacar, por exemplo, a venda de uma propriedade única em conjunto com o nosso escritório em Carvoeiro. Uma propriedade em primeira linha de mar vendida recentemente por mais de 8 milhões de euros. Porém, esta acaba por não ser mais importante do que todos os outros negócios que tivemos, pois nesse negócio apenas estiveram envolvidos dois dos nossos comerciais, e dois diretores comerciais, e apenas dois clientes (comprador e vendedor). Cada negócio tem a sua história e a sua complexidade, o que obriga a conhecimento e experiência específicos.