Cerca de 13,7% da população residente em Portugal alterou, em 2021, o seu local de residência face a 31 de dezembro de 2019, evidenciando um aumento da mobilidade territorial, de acordo com um estudo divulgado esta quarta-feira.
Segundo o estudo “O que nos dizem os Censos 2021 sobre dinâmicas territoriais”, apresentado no Instituto Nacional de Estatística (INE), em Lisboa, as alterações de residência evidenciam um aumento de 11,7% da mobilidade territorial em comparação com 2011.
Em Portugal, do conjunto de população que mudou de residência em 2021, face a 31 de dezembro de 2019, mais de metade (51,3%), eram provenientes de outro município, enquanto 20,5% alteraram a sua residência dentro da mesma freguesia, 17,9 mudaram de outra freguesia no mesmo município e 10,3% tinham residência anterior no estrangeiro.
Odemira foi, em 2021, o território com maior capacidade de atração residencial para quem vivia no estrangeiro um ano antes, com cerca de 5,58% de novos habitantes vindos de outro país.
Algarve atrai estrangeiros
Os outros territórios com maior capacidade de atração residencial de população que vivia anteriormente fora do país, foram os municípios algarvios de Aljezur, Vila do Bispo, Lagos, Tavira, Albufeira, Lagoa, Monchique, Portimão, Silves e Loulé, com percentagens superiores a 2%.
Da Área Metropolitana de Lisboa surgem os municípios de Cascais, Lisboa e Montijo, na fronteira com a região norte aparecem Monção, Valença, Melgaço, Montalegre e Vimioso e, na região centro, Sabugal e Penamacor.
Na região autónoma da Madeira, surgem os municípios de Porto Moniz, Calheta, São Vicente e Ponta do Sol.
De acordo com o estudo, em 2021, a mobilidade residencial interconcelhia representou 7% da população residente, sendo que, num conjunto de 22 municípios, mais de 10% da população tinha, no ano anterior, residência em outro município.
O estudo demonstrou também que, em 2021, em Portugal, 34,1% da população empregada trabalhava num município distinto do de residência, 26,2% trabalhava na freguesia de residência, 27,4% em outra freguesia do mesmo município, enquanto 5% trabalhava a partir de casa.
Ainda 1,7% trabalhava no estrangeiro e 5,4% não tinha local de trabalho fixo.
Em 40 municípios, localizados de forma dispersa no país, o número de empregados era superior à população residente empregada, destacando-se com os valores mais elevados, os municípios de Lisboa (2,1%) e do Porto (1,9%).
Já os municípios de Moita, Seixal e Odivelas apresentavam um nível de emprego correspondente a menos de metade da sua população residente empregada.
O automóvel ligeiro (como condutor ou passageiro) é o principal meio de transporte utilizado em Portugal, sendo que as regiões de Leiria, Viseu Dão-Lafões, Aveiro, Alto Minho, Coimbra e Médio Tejo apresentavam as proporções mais elevadas, com valores superiores a 80%.
Por seu turno, a Área Metropolitana de Lisboa registou a proporção mais baixa, 61%.
Só cerca de 12% dos residente empregados recorriam ao transporte coletivo (autocarro, metro, comboio, barco ou transporte coletivo da empresa), sendo este peso mais expressivo na Área Metropolitana de Lisboa, 25,2%.