O preço da botija de gás nunca esteve tão alto, ainda que as cotações nos mercados tenham estabilizado. A DECO está preocupada com a falta de apoios às famílias carenciadas que ainda dependem do gás engarrafado.
Para mais de dois milhões e 200 mil famílias portuguesas, a única opção é o gás em botija que garante o básico, como cozinhar ou tomar banho. No entanto, o preço não tem parado de subir e atingiu, no mês passado, o valor mais alto de sempre.
“Uma garrafa de gás butano custava 25 euros no ano passado, no início do ano. Neste momento, os preços médios estão na casa dos 33 euros, o que é um valor extraordinariamente elevado”, disse Pedro Silva, da DECO.
Em fevereiro, antes da guerra, cada garrafa de gás butano (13 quilogramas), que é o mais usado pelas famílias, saía das refinarias a custar, em média, 15 euros, mas era vendida ao público a mais de 30 euros.
Cinco meses depois, e com uma guerra pelo meio, o mesmo gás estava a sair das refinarias mais barato
mas era vendido ao público mais caro.
Isto, numa altura em que as cotações dos dois tipos de gás estão a estabilizar há algumas semanas, depois das subidas impulsionadas pela guerra.
Mas o preço recorde também se verifica no gás propano, vendido em garrafas de 45 quilogramas, usado sobretudo para consumos maiores.
Em fevereiro, o preço de referência de cada garrafa era de 50 euros e estava a ser vendido ao público a mais do dobro. No mês passado, chegou aos 133 euros por garrafa, com mais de 80 euros de diferença para o preço de referência.
O setor afirma que essa diferença de preços não pode ser encarada como lucro porque a distribuição é mais complexa e cara.
O único apoio dado pelo Governo para a compra de botijas de gás terminou esta quinta-feira e a DECO está preocupada com o impacto nas carteiras das famílias.
A associação para a defesa do consumidor apela à poupança e aconselha, a quem tiver alguma folga financeira, a transição para equipamentos eletrónicos.
- VÍDEO: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL