Nos dias de hoje, a forma como gerimos a nossa alimentação é cada vez mais influenciada pela informação que encontramos nas embalagens dos produtos. Entre os dados mais relevantes, destacam-se a data de validade e o prazo de consumo preferencial, que muitas vezes confundimos. No entanto, estes dois conceitos são distintos e têm implicações diferentes para a segurança alimentar e a qualidade dos alimentos que consumimos.
Prazo de validade: uma questão de segurança
O prazo de validade indica o período de tempo durante o qual o alimento pode ser consumido em segurança, sem colocar em risco a saúde do consumidor. Este conceito aplica-se, sobretudo, a alimentos altamente perecíveis, como peixes, carnes frescas e outros produtos que requerem refrigeração. Quando ultrapassada a data de validade, o alimento não deve ser consumido, pois há um risco elevado de intoxicação alimentar.
É essencial seguir as instruções de armazenamento que acompanham os produtos, como por exemplo, “manter no frigorífico” ou “conservar entre 2-4°C”. Estes cuidados são fundamentais para garantir que os alimentos se mantêm seguros até à data de validade. Se as condições de conservação não forem respeitadas, o produto pode deteriorar-se mais cedo do que o previsto, comprometendo a segurança alimentar.
Caso se aproxime a data de validade e perceba que não vai consumir o produto a tempo, pode optar por congelá-lo. Alimentos como carnes, peixes e até produtos como salmão fumado ou presunto cozido podem ser congelados e, desde que adequadamente armazenados, podem ser consumidos posteriormente. No entanto, ao descongelar estes produtos, devem ser consumidos no prazo de 24 horas para garantir a sua segurança.
“Consumir de preferência até”: uma questão de qualidade
Por outro lado, a indicação “consumir de preferência até” refere-se à qualidade do produto, e não à sua segurança. Esta data indica o momento até ao qual o alimento mantém as suas características originais de sabor, textura, aroma e cor, desde que as condições de armazenamento sejam respeitadas e a embalagem esteja intacta. A ultrapassagem desta data não significa necessariamente que o produto está impróprio para consumo, mas sim que poderá ter perdido algumas das suas qualidades.
Alimentos com a indicação “consumir de preferência até” incluem uma vasta gama de produtos, como alimentos refrigerados, congelados, secos (massas, arroz), enlatados e até produtos como chocolate ou óleo vegetal. Quando a data é ultrapassada, é recomendável que verifique se o produto ainda tem bom aspeto, cheiro e sabor, antes de decidir se deve ou não consumi-lo.
Tal como recomendado pelos especialistas, deve prestar atenção às instruções específicas que muitas vezes surgem na embalagem, como “uma vez aberta a embalagem, consumir em até três dias”. Estes conselhos garantem que o produto mantém a sua qualidade após a abertura, evitando o desperdício.
Prevenir o desperdício: conselhos práticos
Para evitar desperdícios desnecessários, é importante estar atento às datas indicadas nas embalagens e compreender a diferença entre qualidade e segurança alimentar. “Antes de deitar fora os alimentos por terem ultrapassado o seu limite de ‘consumo preferencial’, é recomendado verificar se têm bom aspeto, cheiro e sabor”, salientam os peritos.
Ao gerir de forma consciente os prazos de validade e de consumo preferencial, podemos reduzir o desperdício alimentar e assegurar que fazemos um uso eficiente dos recursos alimentares disponíveis. Além disso, ao compreender a diferença entre ambos os conceitos, evitamos enganos que possam resultar no descarte desnecessário de alimentos ainda consumíveis.
No final, consumir com responsabilidade é não apenas uma questão de saúde e segurança, mas também de sustentabilidade e respeito pelos alimentos que chegam à nossa mesa.
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