As principais economias mundiais registaram sinais de crescimento sólido ao longo dos últimos meses, com destaque para a Europa e para algumas potências asiáticas. No Velho Continente, a recuperação económica manteve-se estável, em parte graças à diminuição da inflação, que tem vindo gradualmente a aproximar-se de valores historicamente baixos, e ao declínio das taxas de juro elevadas.
O Banco Central Europeu (BCE) confirma que, desde o início do ano, os países do Sul da Europa “parecem ter abandonado a sombra da crise das dívidas”, referindo-se especificamente à superação das dificuldades financeiras que marcaram a região na última década. Espanha assumiu uma posição de destaque, registando um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima da média da zona euro e apresentando um mercado de trabalho em recuperação, com níveis de desemprego a aproximarem-se de valores pré-crise.
Na Ásia, a China e a Índia continuam a liderar, embora os dados do segundo semestre de 2024 apontem para algumas oscilações, especialmente na procura interna e nos volumes de exportação. Ainda assim, o Fundo Monetário Internacional (FMI) sublinha que “as duas nações continuam a beneficiar de fortes investimentos em infraestruturas e de uma mão de obra jovem e numerosa”. O Japão também mostrou sinais de retoma, impulsionado pelo sector tecnológico e por um aumento na procura de produtos industriais no mercado internacional.
Apesar deste cenário global relativamente favorável, existem fatores de instabilidade que não podem ser ignorados. Dois conflitos armados continuam em curso: a guerra na Ucrânia, que ainda gera receios de perturbações no fornecimento de energia à Europa, e a situação no Médio Oriente, com impactos significativos no mercado do petróleo. Além disso, há ainda muita incerteza sobre o que reserva o arranque do mandato de Donald Trump no rumo das políticas económicas norte-americanas, nomeadamente no que diz respeito ao comércio internacional e à estabilidade cambial.
Em termos globais, 2024 encerra com sinais de otimismo para muitas economias, sobretudo na Europa do Sul e na Ásia. No entanto, os eventos geopolíticos em aberto e as possíveis mudanças na liderança dos Estados Unidos mantêm o mundo em alerta, lembrando que o desempenho económico futuro depende, em grande medida, de fatores externos e de decisões políticas por vezes difíceis de antecipar.
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