O PSD do Algarve exortou hoje as autoridades regionais a “lutarem” para atrair um centro de treinos de pilotos da Ryanair, depois de o responsável pela companhia aérea ter manifestado vontade de instalar o equipamento em Portugal.
Em comunicado, o presidente do PSD do Algarve, Cristóvão Norte, defendeu que a região “seria um local adequado para acolher esse investimento, reforçando o vínculo com a Ryanair na região, já que da mesma, em larga medida, depende uma fatia significativa dos movimentos de passageiros do Aeroporto Internacional de Faro, Gago Coutinho”.
O dirigente partidário assinalou que, nos últimos dias, as autarquias do Porto, Matosinhos e Maia têm vindo a manifestar a vontade de ver o centro de treinos da companhia ‘low cost’ instalado na área metropolitana do Porto, pelo que pediu às autoridades regionais do Algarve que trabalhem para tentar atrair esse investimento para Faro.
“Na região [do Algarve], sabemos que não podemos contar com a TAP. Todas as companhias aéreas e respetivas operações em terra que possamos trazer para a região são uma garantia de estabilidade da presença dessas empresas. Ter um centro de treinos da Ryanair seria da maior importância”, afirmou Cristóvão Norte, citado no comunicado.
O presidente da distrital apelou à Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) para, se quiser ser “mais útil”, trabalhar com “outras entidades regionais” e, “junto da AICEP [Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal] e da empresa [Ryanair], lutar por um grande investimento que traz emprego e sustentabilidade ao aeroporto e à região” algarvia.
“Infelizmente, vemos muita passividade e escassa iniciativa. Não podemos esbanjar oportunidades estratégicas como esta”, considerou o social-democrata.
A posição do PSD do Algarve surge depois de, a 22 de dezembro, os presidentes das câmaras do Porto, Matosinhos, Vila Nova de Gaia se terem mostrado disponíveis para acolher o novo centro de treinos da Ryanair na Área Metropolitana do Porto (AMP).
Em declarações aos jornalistas, os três autarcas mostraram a vontade de acolher este “investimento externo” e o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, adiantou ter-se reunido com a companhia aérea “há uns meses” e que a mesma manifestou “duas expectativas”, por um lado, “ter ‘hangares’ de manutenção” e, por outro, “ter uma escola de treino”.
“Aquilo que são as necessidades da Ryanair, nós no Porto não tínhamos capacidade, mas assinalamos à Ryanair que haveria outros municípios, como Matosinhos e Maia, que poderiam ter”, disse Rui Moreira, referindo-se à capacidade destes dois municípios, ou outros da AMP, terem instalações disponíveis para albergar a escola de treinos.
Apesar dos municípios estarem “disponíveis” para acolher o centro de treinos, Rui Moreira lembrou que a atração de investimento também depende das instituições nacionais e que, nesta matéria, as competências da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) são respeitadas.
“Tenho a certeza que se a AICEP conseguir criar condições para que essa escola de treino venha para a AMP, que na AMP não faltará capacidade e interesse”, acrescentou.
A posição das autarquias da área metropolitana do Porto foi adotada depois de o presidente executivo da Ryanair ter dito que é “cada vez mais provável” que o novo centro de treinos da companhia seja instalado em Portugal, e não em Espanha”.