À medida que nos aproximamos do final do ano, os proprietários com crédito à habitação em Portugal podem antecipar uma boa notícia para dezembro. Comparando as médias de novembro, observa-se uma descida nas diversas maturidades, com exceção da Euribor média a 3 meses, que pode levar à descida da prestação da casa.
Esta mudança sugere que a tendência de aumento nas prestações mensais pode ter atingido o seu ponto máximo, conforme destaca um especialista da DECO PROTeste em exclusivo à Executive Digest.
O economista aponta que a estabilização e leve descida nas taxas de juros dependerão de futuras decisões do Banco Central Europeu (BCE) e da evolução dos mercados. Contudo, esta é uma indicação positiva para os proprietários com empréstimos à habitação.
Vejamos alguns números para ilustrar esta mudança:
- Indexante Euribor a 12 meses: Se um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos, com um spread de 1%, tiver este indexante, a prestação anual subirá para 807 euros, um aumento de 15,12% em relação ao ano anterior.
- Indexante Euribor a 6 meses: Com uma taxa de 4,071%, a prestação aumentará para 811 euros, representando um acréscimo de 4,51% em comparação com maio de 2023.
- Indexante Euribor a 3 meses: Com uma média de 3,978%, a prestação aumentará para 803 euros, um acréscimo de 2,29%.
Estes números, baseados na média da Euribor até ao dia 23, indicam uma tendência de descida nas prestações. O especialista sublinha que a média da Euribor a 12 meses estar mais baixa do que a de 6 meses é um aspeto notável, indicando uma possível ultrapassagem do pico nas taxas de juro.
Apesar da perspetiva de descida, o especialista destaca que a redução será gradual e que poderá demorar algum tempo para que os consumidores sintam esse alívio financeiro. “Mas até isso se sentir na carteira dos consumidores vai demorar algum tempo”, referiu o especialista.
Para as famílias em dificuldades com uma taxa de esforço significativa, acima de 35%, o congelamento das prestações continua a ser uma opção justificável.
“Para as famílias em dificuldades, com taxa de esforço significativa, acima de 35%, apesar dos indicadores, continua a justificar optarem pela medida de congelamento da prestação durante dois anos. Apesar da tendência de descida, esta não vai ser muito significativa: prevê-se que seja lenta e é possível que estes valores altos de Euribor se mantenham ao longo de 2024”, frisou o especialista.
A expectativa é de que, mesmo com a tendência de descida, os valores altos da Euribor possam persistir ao longo de 2024. Assim, a medida de congelamento das prestações pode continuar a ser uma solução sensata para quem enfrenta desafios financeiros.
A estabilização e descida nas taxas de juro representam uma boa notícia para os proprietários com crédito da casa por pagar , mesmo que essa mudança seja ainda incipiente e sujeita a confirmação futura.
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