A partir da meia-noite de 1 de janeiro de 2025, os pórticos de portagem em aproximadamente 800 km de autoestradas portuguesas serão desativados, tornando gratuitas várias vias anteriormente sujeitas a cobrança. Esta medida, aprovada pelo Parlamento em junho de 2024, inclui a A22, também conhecida como Via do Infante, que atravessa o Algarve.
A decisão abrange autoestradas como a A4 – Transmontana e Túnel do Marão; A13 e A13-1 – Pinhal Interior; A23 – Beira Interior; A24 – Interior Norte; A25 – Beiras Litoral e Alta; e a A28 – Litoral Norte, nos troços entre Esposende e Antas, e entre Neiva e Darque. No caso específico da A22, esta mudança é particularmente significativa para residentes e turistas no Algarve, uma vez que a Via do Infante é uma das principais artérias rodoviárias da região, facilitando a mobilidade entre localidades como Lagos, Portimão, Albufeira e Faro.
Ao ECO/Local Online, a Ascendi, concessionária responsável por várias destas autoestradas, esclareceu que, a partir das 00h00 de 1 de janeiro, as tarifas serão ajustadas para zero, e os painéis informativos das tarifas serão removidos. Embora os equipamentos de cobrança sejam desativados, os pórticos continuarão a efetuar a contagem de veículos para fins estatísticos. Condutores com dispositivos Via Verde deixarão de ouvir o sinal sonoro habitual ao passar pelos pórticos, e aqueles sem Via Verde não necessitarão mais de efetuar pagamentos posteriores nos CTT.
A medida foi recebida com entusiasmo por diversos autarcas e associações regionais, que há muito defendiam a eliminação das portagens como forma de promover o desenvolvimento económico e turístico, especialmente em regiões como o Algarve, onde o turismo é uma componente vital da economia local. A gratuitidade da A22 é vista como um incentivo à circulação de visitantes e uma melhoria na qualidade de vida dos residentes, facilitando o acesso a serviços e comércio em toda a região.
Contudo, a eliminação das portagens implica um impacto financeiro significativo. Estimativas iniciais apontavam para um custo de 157 milhões de euros, mas o Governo atualiza esse valor para cerca de 180 milhões de euros anuais, conforme refletido no Orçamento do Estado para 2025. Ao longo das concessões, até 2040, o custo acumulado poderá atingir 1.500 milhões de euros.
Apesar das implicações financeiras, a desativação dos pórticos na A22 e noutras autoestradas é vista por muitos como um passo positivo para a coesão territorial e a promoção da mobilidade. Espera-se que a medida contribua para a redução de custos logísticos, estimule o turismo e facilite o acesso a diferentes regiões do país, beneficiando tanto residentes como visitantes.
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