O ouro é um metal precioso e raro, conhecido pela sua cor amarela brilhante e pela resistência à corrosão. Desde a antiguidade, tem sido valorizado pela sua beleza e durabilidade, sendo utilizado na cunhagem de moedas, na joalharia e como reserva de valor. Além disso, o ouro é um excelente condutor elétrico, o que o torna útil em várias aplicações industriais e tecnológicas, como na produção de componentes eletrónicos. Devido à sua escassez e à procura constante, o ouro mantém-se como um dos ativos mais procurados pelos investidores, especialmente em períodos de incerteza económica, funcionando como um refúgio seguro.
O ouro, sendo, tal como avançado há pouco, um dos investimentos mais procurados em períodos de incerteza, continua a subir e atingiu hoje, dia 16 de setembro, um novo máximo histórico, fixando-se em cerca de 2.590 dólares (2.338 euros) por onça (correspondente a cerca de 32 gramas), como escreve a Executive Digest.
Segundo dados da Bloomberg, às 12h55 em Lisboa, o preço do ouro situava-se nos 2.582,64 dólares, ligeiramente acima dos 2.577,79 dólares registados na passada sexta-feira, dia 13. Este valor representa uma nova revalidação dos máximos atingidos durante a madrugada, em torno dos 2.589,70 dólares.
No acumulado deste ano de 2024, o ouro valorizou-se mais de 25%. Na passada quinta-feira, coincidindo com a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de baixar as taxas de juro em 0,25 pontos percentuais, o ouro estabeleceu um novo recorde, superando a marca anterior registada na sessão de 20 de agosto.
Desde então, o preço do ouro tem continuado a subir, num contexto marcado pela fraqueza do dólar, pela queda das ‘yields’ das obrigações e pelas expectativas de uma postura mais agressiva da Reserva Federal norte-americana (Fed). Espera-se que a Fed possa cortar as taxas de juro na reunião agendada para esta semana, de acordo com Sérgio Ávila, analista do IG citado pela agência Efe.
Ávila destaca que os investidores estão atentos a estas mudanças, procurando proteger o seu capital através de ativos seguros como o ouro, que historicamente tem sido visto como um refúgio em tempos de incerteza económica. “Um contexto económico global com sinais de fraqueza nas principais economias e a possibilidade de flexibilização monetária consolidaram o ouro como uma opção de refúgio para os investidores”, acrescenta.
Outro analista, Felipe Fernández, citado pela Efe, indica que o ouro tem beneficiado da incerteza causada pela situação económica global e pela política monetária expansionista dos bancos centrais. A fraqueza do dólar americano, juntamente com as expectativas de inflação a longo prazo, tem impulsionado o preço do ouro.
Os analistas do grupo Julius Baer, também citados pela Efe, referem que o ouro foi inicialmente impulsionado no início do ano pelas compras dos bancos centrais e pelo investimento chinês. Atualmente, o foco está nas perspetivas de crescimento económico e na política monetária dos Estados Unidos.
“Parecem ser suficientes as expectativas atuais de uma descida moderada das taxas de juro norte-americanas para manter os preços em torno dos níveis atuais de 2.500 dólares por onça, pelo menos a curto prazo”, afirmam estes especialistas. Contudo, para uma subida mais acentuada a médio e longo prazo, seria necessária uma descida mais agressiva das taxas, em resposta a riscos de recessão significativamente mais elevados, cenário que para já não antecipam.
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