A segunda edição do Orçamento Participativo (OP) de Faro premiou esta quarta-feira, com um orçamento global de 180.000 euros, seis projetos ligados à reabilitação de espaços públicos, criação de novos percursos pedestres e classificação de árvores históricas.
“O balanço é francamente positivo. Muitos destes projetos que têm impacto direto na população, se não fosse através do Orçamento Participativo, se calhar não conseguíamos que chegassem até nós e não conseguíamos executá-los. Essa parte é muito positiva”, declarou à Lusa o presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, após a sessão de anúncio dos vencedores.
A segunda edição do OP de Faro contou com um total de 654 votantes, que escolheram seis dos projetos candidatos, limitados a um investimento de 30.000 euros cada um. O regulamento exigia ainda um projeto vencedor em cada freguesia do concelho.
Em Santa Bárbara de Nexe, no interior do concelho, os dois projetos mais votados foram a criação do parque infantil e de lazer da Igreja numa zona central da freguesia, e a criação de três percursos pedestres, sinalizados e com painéis informativos, numa extensão de 30 quilómetros.
A melhoria das acessibilidades da rua de Berlim e envolventes, o projeto “Faro + Verde + Limpa” para reabilitar jardins da cidade, a reabilitação da praça Hélder de Azevedo, nas Gambelas, e o desenvolvimento de um estudo para a classificação de árvores históricas, em conjunto com um circuito pedestre e um centro interpretativo, junto ao Palácio de Estoi, foram os outros projetos vencedores.
Estes projetos deverão ser executados no prazo de dois anos, pela Câmara Municipal de Faro, através dos seus serviços técnicos, mas em parceria com os promotores, que se apresentaram a título individual, embora alguns representem associações do concelho.
Nesta segunda edição, realizaram-se sete sessões presenciais, das quais resultaram alguns dos projetos candidatos e vencedores, destacou o presidente da Câmara.
“Todo o processo foi desenvolvido durante este período de pandemia, o que não permitiu, de alguma forma, sensibilizarmos as pessoas. Este ano, já se fizeram algumas reuniões, ainda com pouca gente, mas os projetos que estão aqui apareceram dessas reuniões e da vontade da população em dinamizar ou construir algo que lhes servisse”, afirmou.
Rogério Bacalhau disse esperar “trazer mais participantes” na terceira edição sem os “constrangimentos” da pandemia covid-19.
A sessão de anúncio dos vencedores da segunda edição contou com a presença de promotores de dois projetos premiados na edição inaugural, já praticamente executados, que passaram pela reabilitação de duas antigas escolas primárias, agora sedes de um grupo de escoteiros e de uma associação de apoio a doentes oncológicos.
“Muitos destes projetos não terminam quando se executa o que estava previsto, porque são integrados noutros planos de atividades e noutros processos. O que fazemos aqui é ajudar a que alguns projetos vão para a frente ou a melhorar as condições de desenvolvimento das atividades das próprias organizações”, finalizou Rogério Bacalhau.
Foram ainda anunciados os projetos vencedores do Orçamento Participativo – Escolas, que destinou 10 mil euros a projetos de escolas com alunos do 7.º ao 12.º ano.