Em 2025, os custos associados à recolha de embalagens vão sofrer um aumento significativo, resultado de uma nova medida implementada pelo Governo. Produtores, embaladores e distribuidores passam a pagar o dobro aos municípios pelos serviços de recolha, o que pode impactar os preços finais para os consumidores.
De acordo com a indústria, este aumento representa um encargo adicional de 113 milhões de euros, potencialmente refletindo-se nos preços dos produtos nos supermercados. No entanto, a Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR) estimou que, na maioria dos casos, a subida será inferior a um cêntimo por produto.
Impacto nos preços
Segundo o ‘Jornal de Negócios’, a ERSAR analisou o impacto desta medida num cabaz de bens essenciais. O resultado indica que a atualização das contrapartidas para 2025 terá um peso de 0,8% no preço final dos produtos, traduzindo-se numa subida média estimada de 0,4 pontos percentuais. Os valores de ecovalor, ou seja, o custo ambiental atribuído às embalagens, deverão aumentar entre 0,1 e 4,2 cêntimos por unidade.
Produtos analisados
O cabaz de produtos avaliado pela ERSAR inclui:
- Garrafas de cerveja (33 cl)
- Garrafas de azeite (0,75 l)
- Pacotes de açúcar (1 kg)
- Esparguete (1 kg)
- Latas de salsichas (10 unidades)
- Atum em conserva (120 g)
- Embalagens de detergente da roupa
- Leite magro (1 l)
- Iogurtes (4×125 g)
- Garrafas de água (1,5 l)
Em 2010, este conjunto de produtos recicláveis custava 19 euros, sendo que o ecovalor representava cinco cêntimos. Em 2023, o mesmo cabaz foi avaliado em 29 euros, com um ecovalor de 12 cêntimos. Em 2025, prevê-se que o preço aumente para 29,61 euros, com um ecovalor de 23 cêntimos.
Produtos com maior ecovalor
Os itens com maior peso no ecovalor incluem:
- Detergente de roupa: 4,2 cêntimos por embalagem
- Azeite: 3,1 cêntimos por garrafa
- Cerveja: 1,2 cêntimos por unidade
Outros produtos registaram aumentos inferiores a um cêntimo, mantendo um impacto reduzido nos preços finais.
O que esperar
Embora o aumento do ecovalor possa ser percebido como uma medida adicional de custo, especialistas destacam que o impacto global nos preços será limitado. No entanto, esta política reforça a importância de repensar os hábitos de consumo e de promover práticas mais sustentáveis no uso e descarte de embalagens.
Com os custos de produção e distribuição em constante evolução, é esperado que tanto a indústria quanto os consumidores se adaptem a este novo cenário, onde a sustentabilidade e o impacto ambiental assumem um papel central na definição dos preços.
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