Numa lagoa de água quente com 200 hectares a dez minutos de barco de Malé, capital das Maldivas, vai nascer a “primeira cidade insular flutuante do mundo”. O primeiro bloco do total de 5000 casas flutuantes – ligadas entre si por passadiços – já está em construção e toda a estrutura da cidade deverá estar completa daqui a cinco anos.
O projeto resulta de uma parceria entre o Governo das Maldivas e a empresa Dutch Docklands, especialista no desenvolvimento de infraestruturas flutuantes. Além de habitações, a cidade contará com hotéis, restaurantes, lojas e uma marina. A construção será, de acordo com os promotores, “a mais amiga do ambiente possível” e irá “ajudar a mitigar os efeitos das alterações climáticas e da subida do nível do mar”.
“Enquanto nação nas linhas da frente do aquecimento global, as Maldivas estão perfeitamente posicionadas para repensar a forma como a humanidade irá sobreviver – e, de facto, prosperar – face à subida dos mares e à erosão costeira. Ao liderar neste esforço, as Maldivas não só lançam as bases para combater os seus próprios desafios climáticos, mas também fornecem um projeto viável para outras nações seguirem”, explicam em comunicado.
A cidade flutuante das Maldivas “tem um impacto mínimo nos recifes de coral”, garante Mohamed Nasheed, atual líder do Parlamento e Presidente das Maldivas entre 2008 e 2012. “Além disso, novos e gigantes recifes serão criados para atuarem como quebra-mar. A nossa adaptação às alterações climáticas não deve destruir a natureza, mas sim trabalhar com ela, como propõe a cidade flutuante das Maldivas”, acrescenta.
Prevê-se ainda que, no final da construção e além das estruturas residenciais e comerciais, o projeto seja complementado com um hospital, uma escola e um edifício governamental. Será um lugar onde “os locais e os estrangeiros poderão comprar a propriedade dos seus sonhos a preços acessíveis”, conclui o CEO da Dutch Docklands, Paul van de Camp.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL