O Grupo Crédito Agrícola vai atribuir um pagamento extraordinário de entre 250 e 750 euros a cada um dos seus mais de 4000 funcionários. A diferença do montante a pagar deve-se às condições financeiras de cada uma das caixas autónomas que compõem o grupo. No máximo, o grupo gastará 3 milhões de euros.
Por exemplo, a Caixa Central do Crédito Agrícola, aquela que é a cabeça do grupo, vai distribuir 500 euros: “Para fazer face ao atual contexto económico, o Crédito Agrícola reforça a sua política de recursos humanos no investimento nos colaboradores e, ainda durante o mês de novembro, a Caixa Central vai atribuir um pagamento pontual de 500 euros a todos os seus colaboradores”, segundo o comunicado enviado às redações pelo grupo.
A Caixa Central, presidida por Licínio Pina, contava no fim de 2021 com 602 trabalhadores, pelo que o esforço a fazer este mês será de 301 mil euros para garantir esta iniciativa.
Os restantes cerca de 3500 funcionários que trabalham no grupo também contarão com ajuda – que poderá ser mais ou menos relevante: “Para acompanhar esta medida extraordinária, a Caixa Central emitiu orientações às Caixas de Crédito Agrícola e empresas do grupo que permitirão a estas, de acordo com as suas condições financeiras, a atribuição de um prémio aos seus colaboradores entre os 250 e os 750 euros”.
Se todos os trabalhadores recebessem o máximo de 750 euros, o valor gasto pelas caixas ascenderia a 2,6 milhões; se fosse o mínimo de 250 euros, a importância gasta era de 875 mil euros. Juntando o pagamento da Caixa Central, nunca superará os 3 milhões de euros, sendo que o grupo teve, a nível consolidado, 64 milhões de euros de lucro no primeiro semestre.
A explicação deixada no comunicado às redações pelo diretor de recursos humanos do grupo, Paulo Barreto, passa pelo “apoio extraordinário para atenuar os efeitos da subida da inflação e alguma perda do poder de compra”. “Este apoio extraordinário que o Crédito Agrícola vai atribuir é de extrema importância porque visa impactar positivamente a vida dos nossos colaboradores e reforça a retenção e fixação de talento no banco”, continuou.
O valor é independente dos 125 euros que foram pagos pelo Estado aos trabalhadores com rendimentos até 37 mil euros anuais por decisão governamental.
A opção de combate à inflação passa por um pagamento a todos os trabalhadores, que não tem sido tomada por todas as empresas do sector. O Bankinter deu o pontapé de saída na banca com ajudas ao passe e aumentou o subsídio de alimentação. O BCP avançou com um pagamento de 500 euros em dezembro para os funcionários que não têm carro atribuído, e o Santander pagou um prémio de 750 euros a quem recebe até 30 mil euros por ano, embora ambos tenham iniciativas adicionais, como apoios aos passes e mexidas pontuais nos créditos à habitação.
Os pagamentos extraordinários, a oferta de passe e o aumento do subsídio de refeição têm sido as principais formas encontradas pelas empresas para que os trabalhadores sintam menos o efeito da inflação no seu rendimento disponível. A aposta no teletrabalho também; e no comunicado, o Crédito Agrícola diz que continua a promover a sua utilização.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL