A Deco Proteste realizou um estudo onde comparou “o custo de um conjunto de 30 produtos da marca própria dos supermercados com outros 30 da marca dos fabricantes”. Enquanto os segundos aumentaram 13%, entre janeiro e dezembro de 2022, os primeiros registaram uma subida de 32%.
Os preços de quase todos os produtos subiram entre as duas datas mencionadas, no entanto, os das marcas próprias sofreram um aumento superior na maioria dos casos, revela a Deco, na revista Proteste de abril. A publicação destaca ainda que 23 produtos dos 30 de marca própria aumentaram mais, em termos relativos, do que os equivalentes de fabricante.
Fazendo as contas, ainda assim, a compra das chamadas marcas brancas continuou a compensar.
Tomando o exemplo de uma embalagem de massa em espirais: quem optou por marca própria dos supermercados no início de 2022, conseguiu poupar, em média, 48% face à de fabricante, com a diferença percentual a cair bastante no último mês do ano, passando para 22%. Isto porque, enquanto o preço do produto de fabricante desceu 4% (de 1,32 euros para 1,27 euros), o do distribuidor aumentou 44%, passando de 0,69 euros para 0,99 euros.
Já um litro de leite meio-gordo de marca própria, aumentou 81% entre janeiro e dezembro, enquanto o mesmo produto de fabricante aumentou 51%. Realidade semelhante na bolacha Maria (a de fabricante aumentou 47% e a de marca própria 70%) e no açúcar branco (com variação de 44% na marca fabricante e de 72% na própria).
Portugal é dos países da Europa onde os consumidores mais aumentaram o consumo das marcas próprias. De acordo com um estudo da NielsenIQ, o mercado português integra os quatro europeus a registarem uma quota de marca própria superior a 40%.
De acordo com a Deco, os preços médios da grande maioria dos produtos considerados subiram “bastante acima da taxa da inflação”, em 2022.
“De 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2022, a Deco Proteste controlou, todos os dias, os preços de 60 produtos – 30 de marca própria, de gama média, e os equivalentes com marca de fabricante – nas lojas online de cinco supermercados: Auchan, Continente, Intermarché, Minipreço e Pingo Doce”, informa a associação de defesa do consumidor.
A Deco procurou “produtos de distribuidor com quantidade igual ou o mais próxima possível da fornecida pelos de fabricante. Quando tal não era possível, foi calculado o custo de uma quantidade igual à do produto de fabricante”. De seguida, “encontrou o preço médio por produto, em todas as lojas online onde estava disponível, e somou o preço médico de todos os produtos, obtendo o custo total por dia”, pode ler-se na publicação.