Nicolas Puech, descendente direto do fundador da icónica marca de luxo Hermès, Thierry Hermès, voltou a ser destaque na imprensa com a chocante revelação de que grande parte da sua fortuna, avaliada em milhares de milhões de euros, desapareceu misteriosamente. Esta notícia surge após o herdeiro, agora com 81 anos, ter anunciado no ano passado a sua intenção de deixar a herança a um antigo jardineiro e “faz-tudo”, um homem de 51 anos de origem marroquina.
O herdeiro, que não tem descendentes, tinha manifestado em 2023 a sua vontade de legar a totalidade da sua fortuna ao jardineiro, com quem mantinha uma relação próxima. Além disso, planeava destinar uma parte significativa dos seus bens à Fundação Isocrates, uma organização sem fins lucrativos que fundou em 2011 para promover o jornalismo de interesse público e fomentar debates construtivos na sociedade civil.
No entanto, em junho deste ano, Puech avançou com uma ação judicial na Suíça, alegando ter perdido as seis milhões de ações da Hermès que possuía, representando 5,7% da empresa. Estas ações, avaliadas em cerca de 12 mil milhões de euros, teriam sido depositadas num banco em Genebra em 2012. Para seu espanto, e segundo as suas próprias palavras, atualmente “não se sabe onde estão as ações”.
O multimilionário responsabiliza Eric Freymond, o seu gestor de fortunas de longa data, pelo desaparecimento dos títulos. Contudo, no início de julho, um tribunal suíço rejeitou as acusações de Puech, considerando que a alegada fraude seria “indetetável para o comum dos mortais”. Esta decisão seguiu o parecer anterior do Ministério Público de Genebra, que também se recusou a investigar o caso, considerando as provas insuficientes.
Perante a decisão judicial de 24 de julho, os advogados de Puech, Grégoire Mangeat e Fanny Margairaz, indicaram que estão a analisar o processo em pormenor e avaliar os próximos passos a tomar, mas recusaram-se a prestar mais declarações à imprensa. Por outro lado, os representantes legais de Freymond mantiveram-se em silêncio, não respondendo aos pedidos de comentário.
Este caso levanta sérias questões sobre a segurança das fortunas depositadas em instituições financeiras, especialmente quando envolvem somas avultadas e patrimónios familiares de renome. Embora o futuro desta disputa judicial permaneça incerto, o desaparecimento dos milhões de Puech já é, por si só, um acontecimento que marcará o mundo das grandes fortunas.
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