Com a chegada do frio após dias de chuva intensa, muitos lares portugueses voltam a recorrer ao ar condicionado para aquecer a casa. Mas, como alerta a DECO PROteste, este conforto tem um custo que pode disparar rapidamente na fatura da eletricidade se o equipamento não for utilizado de forma eficiente.
De acordo com a organização de defesa do consumidor, poupar energia começa antes mesmo de ligar o aparelho, com escolhas e hábitos que têm impacto direto na fatura. A entidade reuniu oito recomendações práticas que podem ajudar a reduzir gastos significativos durante os meses de inverno.
Isolamento e instalação fazem a diferença
De acordo com a DECO PROteste, melhorar o isolamento térmico da habitação é um dos passos mais eficazes para reduzir o esforço do ar condicionado. A organização explica que portas e janelas pouco vedadas deixam escapar o calor, obrigando o equipamento a trabalhar mais tempo e a consumir mais energia. A recomendação inclui ainda o cuidado na instalação da unidade exterior, que deverá ficar numa zona sombreada e bem ventilada para evitar sobreaquecimento.
A mesma fonte sublinha também a importância da manutenção regular: filtros limpos permitem que o aparelho funcione de forma eficiente, evitando consumos desnecessários. Segundo a organização, duas limpezas por ano, no início da primavera e do outono, são suficientes para preservar o desempenho.
Pequenos hábitos, grandes diferenças
Outro conselho consiste em recorrer a aparelhos inteligentes que permitam ligar e desligar o ar condicionado remotamente, evitando que funcione horas seguidas sem necessidade. A DECO acrescenta que, nos dias de maior calor, é preferível ligar o ar condicionado cedo, antes de a casa aquecer em excesso, já que temperaturas muito elevadas aumentam o consumo quando se tenta recuperar o conforto.
A organização lembra também que não vale a pena climatizar divisões que estão vazias. Para quem tem sistemas centralizados ou de condutas, o ideal é fechar portas e orientar o fluxo de ar apenas para as áreas em uso.
Aproveitar o sol no inverno e a sombra no verão
Segundo a mesma fonte, a gestão da luz natural é outro fator decisivo. No verão, manter estores e portadas fechados nas horas de maior calor ajuda a manter a casa fresca. No inverno, deixar o sol entrar durante o dia reduz a necessidade de utilizar o ar condicionado durante várias horas. A lógica é simples: quanto menor a oscilação térmica dentro da casa, menor o esforço do equipamento.
A humidade também pesa na conta
A DECO Proteste explica que muitas vezes não é a temperatura que causa desconforto, mas sim a humidade excessiva. Nestes casos, usar o modo de desumidificação pode ser suficiente para tornar o ambiente mais confortável e evitar consumos elevados. A entidade destaca que esta função é energeticamente mais económica do que o modo de aquecimento.
Como calcular o verdadeiro custo do ar condicionado
A organização recorda ainda que a capacidade do ar condicionado costuma ser apresentada em quilowatts, mas pode surgir expressa em BTU/h. Segundo a publicação, a conversão é simples e permite ao consumidor entender melhor os consumos. Para calcular quanto gasta por dia, basta multiplicar a potência em watts pelo número de horas de uso e dividir o resultado por 1000 para obter o valor em kWh.
A DECO exemplifica: um equipamento de 1 kW utilizado cinco horas por dia representa um consumo diário de 5 kWh, o equivalente a cerca de 1 euro assumindo um custo médio de 0,20 euros por kWh.
Mesmo que cada dica pareça pequena isoladamente, o impacto acumulado pode ser significativo. Para quem passa várias semanas a aquecer a casa, a diferença entre usar o ar condicionado de forma eficiente ou descuidada pode traduzir-se em dezenas de euros por mês.















