O ministro da Economia e do Mar disse esta sexta-feira que a questão da mão-de-obra em Portugal “está no centro das preocupações” do Governo, alegando que a economia não poderá ser desenvolvida estando o país em retração demográfica.
“Precisamos de aumentar de forma significativa a população ativa, porque isso é um trunfo extremamente importante para o desenvolvimento do país”, disse aos jornalistas António Costa Silva, em Lagoa, no distrito de Faro.
À margem da inauguração da 41.ª edição da FATACIL – Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria, o governante assinalou que Portugal mantém contactos com os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), “para reforçar o acordo de mobilidade” de cidadãos desses países.
António Costa Silva adiantou que, além dos países da CPLP, Portugal está a “gizar outros acordos, nomeadamente com Marrocos, com a Índia e com a Indonésia e outros que têm mão-de-obra em excesso”.
Para o titular da pasta da Economia, além do “grande desafio de atrair talentos, há também um outro que é o da retenção desses talentos em Portugal, sendo necessário dar-lhes condições para se fixarem”.
“É muito importante que, às pessoas que vamos atrair, que também sejam dadas condições para desenvolveram as suas atividades, a aposta na formação, a questão das carreiras, porque, senão, vamos ter um problema sempre cíclico, que é a falta de mão-de-obra”, notou.
O governante sublinhou que Portugal “não será capaz de desenvolver a economia estando o país em retração demográfica”.
Questionado sobre para quando e quais as medidas mais relevantes do plano para poupança de energia português, devido à ameaça do corte de fornecimento de gás russo à Europa, António Costa Silva disse que está a ser discutido e será anunciado brevemente pelo Governo, mas assinalou que “o mesmo é muito significativo”.
“É um pacote extremamente importante, porque a energia vai estar no centro das atenções, mas como digo muitas vezes, Portugal está no lado certo da equação, porque somos um país que tem já uma parte significativa da sua energia elétrica, mais de 60%, que provém de energias renováveis”, apontou.
O ministro adiantou que o Governo “está já a passar às empresas sinais para mudarem a sua matriz energética, ou seja para a instalação de painéis fotovoltaicos para que estas posam ter a maior parte da sua energia a partir de fontes renováveis”.
“Isto pode ser um fator importante para as empresas ao nível da sua fatura energética”, avançou.
António Costa Silva disse ainda que “o Governo está a estudar e a estruturar um conjunto de apoios para conceder às empresas, não existindo ainda um pacote completamente finalizado, mas que têm de estar no terreno o mais depressa possível”.
“O Governo está a trabalhar arduamente em todas essas questões, porque face ao desenvolvimento da economia em 2022, temos de assegurar todas as condições para que em 2023 não existam noticias muito desagradáveis, sobretudo se existir uma recessão na Europa”, avisou.