Nos últimos dois meses, a PSP registou 82 casos de roubos a residências utilizando o chamado “método do engano”. Trata-se de uma tática onde os criminosos convencem os portugueses a abrir a porta, usando diferentes pretextos para ganhar a sua confiança.
Na maioria dos casos, mulheres tocam à campainha e apresentam histórias que parecem inofensivas. Podem pedir um copo de água, dizer que trabalham na limpeza do prédio e precisam de um balde, ou mostrar interesse na compra ou arrendamento de um apartamento. Outras abordagens incluem pedir uma caneta para deixar um recado a um vizinho ou utilizar uma criança para pedir para usar a casa de banho.
Assim que conseguem entrar, os assaltantes atuam em grupo. Enquanto um distrai a vítima, outros entram sem que esta se aperceba e procuram objetos de valor como dinheiro, joias e ouro. Existe ainda um terceiro elemento, normalmente um homem, que fica no exterior num carro pronto para a fuga.
Quem são as vítimas e por que é que são escolhidas?
Este tipo de crime tem como principais alvos pessoas que vivem sozinhas, em especial idosos. Muitas das vítimas têm dificuldades de mobilidade ou problemas de saúde, o que torna mais difícil deslocarem-se às esquadras para fazer queixa.
Outro fator determinante é a falta de sistemas de segurança nas habitações e a dificuldade em reconhecer os suspeitos posteriormente. A sexta-feira parece ser o dia preferido pelos assaltantes, pois é quando muitas destas pessoas levantam dinheiro nos bancos para o fim de semana.
Os criminosos estudam previamente as suas vítimas, observando os seus hábitos diários. Escolhem os alvos com base nas características pessoais, e não apenas na localização da residência.
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Onde estão a acontecer estes crimes e quem está por trás deles?
Segundo as autoridades, os roubos estão a acontecer em diversas regiões do país, mas há uma maior concentração na Área Metropolitana de Lisboa, nomeadamente nos concelhos de Almada e Seixal. No entanto, também já foram registados casos no Porto, Madeira, Aveiro e Faro.
Até ao momento, não foi efetuada qualquer detenção, mas, segundo a Renascença, a PSP tem vários processos-crime em investigação. Acredita-se que estas redes criminosas sejam altamente organizadas e que os assaltantes possam estar ligados entre si. A polícia alerta ainda para a possibilidade de haver criminosos que mudam frequentemente de zona para evitar serem identificados e reconhecidos pelas vítimas.
Como se pode proteger deste tipo de crime?
A PSP emitiu vários alertas aos portugueses para evitar que mais pessoas sejam enganadas por este esquema. Entre as principais recomendações, destaca-se a importância de manter sempre a porta do prédio fechada e nunca abrir a porta a estranhos, independentemente da história que contem.
Aconselha-se também a não aceitar encomendas que não estejam em seu nome e a não fornecer dados pessoais a desconhecidos. Caso detecte movimentações suspeitas na sua zona de residência, deve contactar de imediato a PSP.
Outro cuidado essencial é evitar partilhar nas redes sociais informações sobre a rotina da família ou sobre ausências prolongadas da casa. Estas informações podem ser utilizadas pelos criminosos para planear os assaltos.
Com este esquema a alastrar-se rapidamente, a prevenção e a atenção aos detalhes podem ser fundamentais para evitar cair no “método do engano” e que mais portugueses se tornem vitímas.
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