O valor mediano de avaliação bancária da habitação em Portugal, divulgado esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em dezembro foi de 1.285 euros por metro quadrado (m2) e no Algarve e na Área Metropolitana de Lisboa (AML) o valor foi superior à média nacional. Sem surpresas, seis dos dez concelhos com o metro quadrado mais caro ficam na AML e três no Algarve.
O valor mediano de avaliação bancária alcançou os 1.285 euros em dezembro, mais 13 euros que o observado em novembro. Face ao mesmo mês de 2020, a taxa de variação fixou-se em 11,2%, tal como se havia já verificado em novembro.
A série histórica do INE desde 2011 não deixa margem para dúvidas: o mercado imobiliário residencial está quente e as avaliações bancárias das habitações nunca foram tão altas.
Evolução do valor mediano de avaliação bancária em Portugal
Desde agosto de 2021 que o valor mediano da habitação bancária tem vindo a subir sem parar. Os 1.285 euros por metro quadrado registados em dezembro marcam um novo máximo histórico em Portugal.
Se quisermos observar um decréscimo no índice, é preciso recuar a março de 2020 – mês em que se registou o primeiro caso de covid-19 em Portugal – altura em que o valor mediano desceu de 1.111 euros por m2 (em fevereiro) para 1.110 (em março).
Quais os concelhos com as avaliações mais altas na habitação?
Lisboa é, de longe, o concelho em que as casas foram avaliadas pelos bancos com o valor mediano mais elevado: 3.215 euros por m2. A capital tem uma diferença de mais de 700 euros para o concelho que ocupa a segunda posição, Oeiras (2.466 euros por m2) e uma diferença de mais 1.400 para o último entre os 10 concelhos onde as casas valem mais, Loures (1.791).
Neste “top 10”, além de Lisboa, Oeiras e Loures, encontramos mais três concelhos que pertencem à AML: Cascais (2.427 euros por m2), Odivelas (1.877) e Amadora (1.821).
Além dos concelhos da AML, encontramos três concelhos do Algarve – região que apresenta o maior valor mediano (1.731 euros por m2, seguindo-se a AML com 1.701): Loulé (2.160 euros), Albufeira (1.956) e Lagos (1.843).
Fora do Algarve e da AML apenas o Porto entra neste “top 10”, ao apresentar um valor mediano de 2.116 euros por m2.
No geral, todos estes dez municípios viram o valor mediano da avaliação bancária subir face a novembro.
Quais os concelhos com as avaliações mais baixas?
Seia é o município onde as casas registaram a avaliação bancária por m2 mais baixa do país em dezembro: 570 euros por m2. Segue-se, de perto, o Fundão, onde o m2 foi avaliado em 585 euros.
A maioria dos concelhos que compõem o “top 10” do m2 mais barato, tal como Seia e Fundão, pertencem à região Centro – região que teve o segundo valor mediano mais baixo a seguir ao Alentejo (904 e 867 euros por m2, respetivamente): Guarda (686), Alcanena (669), Abrantes (623) e Entroncamento (661). Aliás, Guarda é a única capital de distrito que se encontra entre os municípios com os valores mais baixos por m2.
Do Alentejo encontramos Elvas e Ponte de Sor, com valores muito próximos (741 e 740 euros por m2, respetivamente) e do Norte temos Celorico de Basto e Lamego, com 657 e 699 euros por m2, respetivamente.
Face a novembro apenas Elvas, Entroncamento, Abrantes e Fundão viram o valor mediano aumentar. Em Seia o valor manteve-se e em Celorico de Basto e na Guarda o valor baixou.
Em Alcanena, Lamego e Ponte de Sor não é possível comparar com o mês de novembro por o INE não ter dados desses concelhos relativos a esse mês. Em Ponte de Sor e Alcanena o último mês em que há dados disponíveis é agosto, tendo o valor aumentado em Ponte de Sor e descido em Alcanena. Já em Lamego, o último valor disponível refere-se a setembro, tendo o valor mediano por m2 descido face a esse mês.
Numa comparação entre Seia e Lisboa, a diferença entre estes dois municípios a cerca de 300 quilómetros de distância é de mais de 2.600 euros por m2. Com uma distância ligeiramente menor de 300 quilómetros de distância entre Loulé e Elvas há uma diferença de 1.400 euros no valor mediano do metro quadrado das casas.
Nota: Dos 308 concelhos portugueses, não há dados disponíveis de dezembro de 168, logo a presente análise tem como base os valores de apenas 140 concelhos.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL