Os passageiros da Air Canada na classe económica terão de se preparar para novas regras em relação à bagagem de bordo. A partir de janeiro de 2025, a companhia aérea canadiana vai começar a cobrar uma taxa adicional por malas de bordo que excedam o tamanho de uma mala de mão ou mochila, uma decisão que já está a gerar controvérsia entre os viajantes.
Nova política de bagagem: o que muda?
De acordo com informações avançadas pelo Miami Herald, a nova medida será aplicada nos voos domésticos e entre países da América. Para bagagens que ultrapassem as dimensões permitidas para a mala de mão, será cobrada uma taxa de 25 dólares canadianos (cerca de 24 euros) pela primeira mala e 36 dólares (cerca de 34 euros) por uma segunda peça.
Os passageiros poderão continuar a viajar gratuitamente com uma mochila ou mala de dimensões reduzidas que caiba sob o assento, mas bagagens maiores, normalmente acomodadas no compartimento superior, deixarão de estar incluídas no preço base dos bilhetes económicos.
Impacto e reações
A decisão da Air Canada segue uma tendência crescente no setor da aviação, em que as companhias aéreas procuram aumentar as receitas acessórias cobrando por serviços que outrora eram gratuitos. Embora a prática seja comum em transportadoras low-cost, como a Ryanair e a EasyJet, a sua expansão para companhias de bandeira, como a Air Canada, tem gerado descontentamento entre os passageiros.
“A política de bagagem gratuita era um dos poucos elementos que diferenciavam as companhias tradicionais das low-cost”, afirmou um passageiro frequente em entrevista ao Toronto Star. “Agora parece que a linha está a desaparecer completamente.”
As redes sociais também se encheram de críticas, com muitos viajantes a considerar a medida “um abuso” e outros a sugerirem alternativas, como repensar a fidelidade à companhia aérea.
A lógica por trás da decisão
Especialistas em aviação apontam que a cobrança por bagagens adicionais é uma estratégia para reduzir os custos operacionais e, ao mesmo tempo, aumentar as receitas. Ao limitar o número de malas de bordo, as companhias esperam agilizar o embarque e reduzir os atrasos causados pela falta de espaço nos compartimentos superiores.
Por outro lado, as transportadoras argumentam que estas alterações permitem oferecer bilhetes com preços iniciais mais baixos, apelando a passageiros que priorizam o custo do bilhete em detrimento de comodidades adicionais.
A tendência no setor
A Air Canada não é a primeira companhia de bandeira a adotar estas políticas. Em anos recentes, companhias como a Lufthansa e a British Airways também começaram a implementar tarifas económicas que excluem a bagagem de mão ou incluem taxas adicionais para serviços anteriormente gratuitos. Este movimento reflete uma mudança na estratégia das companhias tradicionais, que procuram competir com o modelo low-cost.
O futuro da bagagem de bordo
Com a crescente pressão para reduzir custos e maximizar receitas, parece inevitável que mais companhias sigam este caminho. Para os passageiros, isto significa que planear viagens vai exigir uma análise mais detalhada das condições tarifárias, sobretudo para quem pretende viajar com mais do que uma mala.
Para já, a mudança na política da Air Canada aplica-se apenas a voos dentro da América, mas não é de excluir a possibilidade de a medida se expandir a outras rotas no futuro. Aos passageiros frequentes, resta ajustar-se às novas regras ou procurar alternativas que ainda ofereçam bagagem de bordo incluída no preço base.
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