O ano de 2025 trouxe uma boa notícia para muitas famílias portuguesas com crédito à habitação. As prestações mensais desceram de forma significativa, chegando a reduções de quase 110 euros em contratos revistos no mês de janeiro. Contudo, fevereiro manterá esta tendência de descida, embora com sinais de “nuvens negras no horizonte”, expressão utilizada pela Executive Digest.
De acordo com Nuno Rico, economista da DECO PROTeste, o comportamento das taxas Euribor neste início de ano apresenta algumas particularidades. “Temos um dado curioso neste início de ano”, afirmou em declarações à Executive Digest. “Olhando para os dados deste mês, temos o abrandamento que já havíamos alertado nas maturidades, exceto na Euribor a 12 meses, que subiu ligeiramente (0,088%) face ao mês anterior. Mesmo na Euribor a 6 meses, praticamente não desceu – somente 0,012%”.
Reduções em diferentes prazos de Euribor
Para um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos, com um spread de 1%, os valores estimados para fevereiro são os seguintes:
- Euribor a 12 meses: A prestação desce para 675 euros, uma redução de 94 euros (12,22%) face aos 769 euros pagos nos últimos 12 meses. A taxa média registada até 24 de janeiro foi de 2,524%.
- Euribor a 6 meses: O valor mensal será de 683 euros, menos 89 euros (11,52%) em comparação com julho, quando a prestação era de 772 euros. A taxa média para este prazo foi de 2,620%.
- Euribor a 3 meses: Com uma taxa média de 2,731%, a prestação desce para 693 euros, uma diminuição de 38 euros (5,19%) em relação a novembro, quando era de 731 euros.
Perspetivas futuras
Nuno Rico sublinha que, apesar das descidas, o ritmo de redução parece estar a desacelerar. “O contexto mudou um pouco, sobretudo após as eleições americanas. A perspetiva é que vá continuar a descer, mas não ao ritmo que se esperava há dois meses”, explicou. “Há uma inversão de tendência na Euribor a 12 meses, o que representa a grande novidade deste mês. Em termos de prestações, continua a haver reduções, mas cada vez menos significativas”.
Para os próximos meses, é esperada uma estabilização dos valores das prestações do crédito habitação, mais do que uma continuação das quedas registadas. “Isso começa a levantar a perspetiva de uma tendência de estabilização, mais do que a diminuição, dos valores”, concluiu Nuno Rico.
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