O Banco de Portugal anunciou novas medidas destinadas a aumentar a segurança e a transparência nas operações de pagamento realizadas com referências de pagamento e débitos diretos. Este pacote de regras surge como resposta à crescente complexidade dos sistemas de pagamento, que têm dificultado a identificação do beneficiário final dos fundos e aumentado a vulnerabilidade dos utilizadores.
Desafios no atual sistema de pagamentos
A multiplicidade de prestadores de serviços envolvidos no processamento de pagamentos tem criado obstáculos significativos na identificação dos destinatários finais dos fundos. Este contexto tornou-se fértil para a ocorrência de fraudes, disputas difíceis de resolver e prejuízos financeiros para os ordenantes.
Consciente destas fragilidades, o Banco de Portugal reconheceu a necessidade de uma intervenção regulamentar. Em comunicado, a instituição explicou que estas novas medidas procuram “aumentar a confiança dos consumidores nos sistemas de pagamento” e garantir maior proteção aos utilizadores.
Medidas de transparência para utilizadores e prestadores
Entre as principais alterações, destaca-se a obrigação dos prestadores de serviços de pagamento de fornecer informações detalhadas sobre o beneficiário final e o respetivo prestador de serviços em operações realizadas com referências de pagamento ou débitos diretos.
Essa informação deverá constar dos extratos de movimentos das contas dos utilizadores e ser fornecida antes da execução das operações, garantindo maior clareza para os ordenantes. Além disso, os prestadores ficam impedidos de cobrar encargos adicionais pela disponibilização dessas informações, salvaguardando que os consumidores não sejam penalizados pelo cumprimento das novas normas.
Prevenção de fraudes e simplificação de litígios
Ao reforçar a transparência, o Banco de Portugal espera não apenas mitigar o risco de fraudes, mas também simplificar a resolução de disputas entre utilizadores e prestadores. Estas medidas, submetidas previamente a consulta pública, foram concebidas para fortalecer a confiança no sistema de pagamentos e assegurar o seu bom funcionamento.
Consequências para os incumpridores
As entidades que não cumprirem as novas regras poderão enfrentar sanções ao abrigo do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras. O objetivo é assegurar que o enquadramento regulatório seja respeitado, promovendo práticas seguras e transparentes no setor.
Com estas mudanças, o Banco de Portugal reafirma o seu compromisso com a proteção dos consumidores e a promoção de um sistema financeiro robusto, onde a confiança e a transparência sejam pilares fundamentais.
O Banco de Portugal reafirma o compromisso com a segurança e transparência das operações de pagamento.
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