O mês de julho não foi sinónimo de “bom começo” para os milhares de passageiros afetados pelas greves e “constrangimentos” em vários aeroportos. Voos cancelados ou atrasados, longas filas de espera e um sentimento de frustração foram o cenário que se reproduziu na Europa e nos EUA. Os passageiros que marcaram voos para este mês vão deparar-se com estes problemas, porque o fim de semana foi apenas o começo.
O problema terá começado com a pandemia, que forçou várias companhias aéreas e aeroportos a cortar no pessoal e nos salários, lembra a agência Reuters. Agora, o setor da aviação queixa-se da falta de pessoal, exige aumentos salariais e pede melhores condições de trabalho.
De modo a evitar conflitos laborais, a Norwegian Air, por exemplo, implementou, no mês de junho, um aumento salarial de 3,7% para pilotos, a par de outros benefícios.
GREVE NO AEROPORTO CHARLES DE GAULLE ENTRE 8 E 10 DE JULHO
Os trabalhadores do aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, confirmaram recentemente uma paragem de três dias, de 8 a 10 de julho. O objetivo é pressionar um aumento salarial de 300 euros.
O operador aeroportuário teria oferecido aos trabalhadores um aumento de 4%, caso não concordassem em não avançar com a greve na sexta-feira, mas esta oferta foi rejeitada, disse um representante sindical à Reuters.
BRITISH AIRLINES CANCELA CERCA DE 700 VOOS
Nas últimas horas, a companhia aérea, British Airways cancelou cerca de 700 voos para o verão com o objetivo de reduzir a carga de trabalho e evitar greves. Todavia, os pilotos e tripulantes convocaram uma greve, no aeroporto Heathrow, depois da companhia aérea ter falhado um aumento salarial, após um corte de 10% durante a pandemia.
RYANAIR EM GREVE MAIS 12 DIAS
A tripulação de cabina da Ryanair, com sede em Espanha, planeia realizar uma greve por mais 12 dias este mês. A transportadora irlandesa de low-cost adianta uma interrupção “mínima” dos horários correspondentes a voos em julho por causa das greves.
Nos 10 aeroportos espanhóis, nos quais a Ryanair opera, a tripulação irá realizar greve nos seguintes dias: de 12 a 15 de julho, 18 a 21, entre 25 e 28 de julho.
EASYJET EM GREVE DURANTE 9 DIAS
A tripulação de cabina da suíça EasyJet planeia entrar em greve durante nove dias em Espanha, no mês de julho, para exigir um aumento de 40% no ordenado base.
TRABALHADORES DA COMPANHIA AÉREA SAS EM GREVE
A companhia aérea escandinava SAS anunciou o cancelamento de cerca de 50% dos seus voos após o principal sindicato dos pilotos ter decretado uma greve por falta de avanços nas negociações sobre aumentos salariais.
A SAS apontou em comunicado que, depois de as conversações terem terminado sem acordo, quer continuar com os mecanismos de mediação para pôr fim à greve “o mais depressa possível”, tendo em vista o grande impacto da paralisação na temporada de férias.
Segundo as estimativas da companhia, a greve levará ao cancelamento de cerca de 50% dos voos a partir desta segunda-feira, afetando aproximadamente 30.000 passageiros por dia.
Mais de 900 pilotos baseados na Suécia, Noruega e Dinamarca entregaram um pré-aviso de greve por tempo indeterminado a 9 de junho denunciando os sacrifícios salariais exigidos pela administração, que dizem ser da ordem de 30% dos vencimentos.
CONTRATAÇÃO DE PESSOAL E INCENTIVOS
Os aeroportos e as companhias aéreas estão a demonstrar esforços para contratar mais trabalhadores depois do vasto número de despedimentos durante a crise da covid-19.
Os executivos do setor dizem que é difícil recrutar pessoal para trabalhos frequentemente exigentes e relativamente mal remunerados em aeroportos fora do centro da cidade.
O aeroporto de Schiphol, em Amesterdão, concordou em pagar um extra de 5,25 euros por hora durante o verão aos 15 mil empregados da limpeza, bagageiros e pessoal de segurança. O aeroporto necessita de contratar 500 funcionário de segurança.
Os aeroporto Charles de Gaulle e Orly, em Paris, precisam de preencher 4 mil vagas de trabalho, principalmente, em segurança, manutenção e venda a retalho de viagens, de acordo com o operador aeroportuário Groupe ADP e CDG Alliance.
Mais de 20 mil funcionários foram despedidos no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris.
A empresa de segurança aeroportuária que opera neste aeroporto está a oferecer um bónus de 180 euros àqueles que adiarem as férias até depois de 15 de setembro e 150 euros para o pessoal que assine novos recrutamentos.
- Texto: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL