A atleta Vitória Oliveira mostrou-se este domingo satisfeita pelo inédito título nacional de 15 quilómetros marcha, conquistado em Olhão, e por ter ganhado ritmo para os 20 km marcha, em que procura apuramento para Europeus e Jogos Olímpicos.
“O objetivo era meter ritmo. Tentei pensar na minha prova, no meu ritmo e isso acabou por proporcionar essa distância. Encarei a prova não só como um campeonato nacional, mas com o objetivo de preparar ritmo para os 20 km”, disse a marchadora do Benfica à agência Lusa.
Na prova feminina dos inéditos campeonatos nacionais de 15 km marcha, em que a grande ausente foi a algarvia Ana Cabecinha, que já tem mínimos olímpicos para os 20 km marcha e anunciou esta semana estar grávida, Vitória Oliveira ganhou com margem considerável sobre duas colegas de equipa.
A marchar praticamente ‘a solo’ desde os metros iniciais, a atleta ‘encarnada’ encontrou o seu ritmo, foi aumentando a vantagem sobre as perseguidoras e sagrou-se campeã nacional com um registo de 01:07.34 horas, título que juntou ao de 10 km marcha conquistado há um mês em Porto de Mós, Leiria.
“Foi uma boa prova, senti-me muito bem. Encontrei muito boas sensações, principalmente nos primeiros 10 quilómetros, ao contrário do que tinha acontecido em Porto de Mós. Foi muito positivo, fiquei satisfeita com a marca e com as sensações”, acrescentou a atleta do Benfica, de 31 anos.
Vitória Oliveira confessou ter sentido a ausência da rival Ana Cabecinha: “É ótimo podermos acumular títulos, sendo um título nacional ainda melhor. Mas não vou mentir, faz-me muita falta ter cá a Ana. Apesar de sermos rivais, somos muito amigas e adoro competir contra ela, porque me faz superar-me”.
Na fase de preparação “para tentar marcas muito importantes” nos 20 km marcha, nomeadamente para os Europeus de Roma (mínimos em 01:31.40 horas), que se realizam em junho, e para os Jogos Olímpicos (01:29.20), entre 26 julho e 11 agosto, a marchadora portuguesa vai “mudar o chip”.
Vitória Oliveira vai ter pela frente nas próximas semanas provas de pista coberta e, mais tarde, fará um estágio em altitude, a anteceder uma corrida no estrangeiro.
“Vamos tentar competir ao mais alto nível, para depois conseguir impor esse mesmo nível” no campeonato nacional de 20 km marcha, que este ano se disputa em simultâneo com o Grande Prémio Internacional de Rio Maior, em maio, afirmou.
Vitória Oliveira vincou que ambiciona alcançar a marca de qualificação para Roma2024 e que a marca de qualificação para Paris2024 “é bastante exigente”, embora mantenha aspirações olímpicas via ranking de apuramento, em que ocupa o 33.º lugar. Na capital francesa, vão competir 48 atletas.
“Encontro-me bem posicionada no ranking, mas não quero ‘adormecer à sombra da bananeira’, quero trabalhar por merecer ainda mais lá estar. Quero muito isso, tenho muito esse sonho e estou a trabalhar para isso”, concluiu.
João Vieira, que, aos 47 anos, conquistou no setor masculino dos 15 km marcha o seu 66.º título nacional em todas as vertentes (estrada, pista ao ar livre e pista coberta), recusou-se a prestar declarações.
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