A dupla de velejadores, constituída pelo tavirense José Costa e Jorge Lima, admitiu esta terça-feira estar orgulhosa de uma “prestação excelente” no 49er de Tóquio2020, que terminaram no sétimo lugar, apesar de lamentarem uma penalização “ínfima” na largada da ‘medal race’.
Os lusos, que tinham entrado na regata decisiva no sexto lugar, voltaram a ser penalizados por uma situação à partida e conseguiram 94 pontos ao longo da prova, a 24 das medalhas, e conquistam o sétimo diploma da missão portuguesa.
“O que se passou até é um pouco duvidoso, até fomos pedir as imagens da largada. As referências estavam ok, terá sido controlada, e estamos um bocado surpresos de ter largado de fora”, admitiu Jorge Lima, na zona mista em Enoshima.
Segundo o velejador, Portugal já pediu “a revisão das imagens”, pelo menos para “tentar esclarecer e protestar”, sabendo que “é muito difícil, se não impossível, reverter uma decisão tomada no mar”.
José Costa vê este momento como trazendo “um ligeiro amargo” por uma questão “ínfima”, que “nem é visível a olho nu”, mas não belisca o trabalho feito em prol do país, da família e da modalidade, afirmou.
Costa e Lima melhoraram a prestação em relação ao Rio2016, em que foram 16.º classificados, e Jorge Lima melhorou mesmo em relação a Pequim2008, quando foi 11.º ao lado de Francisco Andrade.
Por outro lado, o resultado iguala a melhor prestação de sempre em 49er, depois de em Sydney2000 Afonso Domingos e Diogo Cayolla também terem conseguido o sétimo posto final.
O balanço, assim, é positivo de “toda a semana”.
“A prestação a nosso ver foi excelente, não acima das expectativas, sabíamos do nosso potencial. É um grande resultado, um diploma olímpico é sempre louvável, um resultado honroso de que estamos orgulhosos, e agradecidos a todos os que nos apoiaram”, declarou Jorge Lima.
Também o tavirense José Costa menciona este sétimo lugar não como uma superação, depois do 16.º do Rio2016, mas “uma confirmação”.
“Vem comprovar o que já sabíamos, sentíamos e esperávamos. Temos um quinto no Europeu, no Mundial, temos os melhores resultados da história de Portugal na embarcação. Queríamos deixar a nossa marca nos Jogos também, e já no Rio2016 queríamos isso. (…) Queríamos vir aqui corrigir esse mal-entendido entre nós e a classificação (do Rio). E conseguimo-lo, através de muito trabalho” e da chegada de um novo treinador, acrescentou.
Dedicando o resultado às filhas e a toda a família, e suporte, a dupla realçou ainda uma série de dificuldades a nível pessoal “na preparação e na vida”, mas que levaram a que os dois se unissem mais e ganhassem “um poderio maior na capacidade de encaixe face à ansiedade, stress e pressão”, destacou José Costa.
Para a frente, há que “descansar” antes de pensar em Paris2024, ainda que “a mente competitiva leve a pensar nisso”, e também “uma reflexão profunda, não só quando os resultados são maus, mas também quando são bons”.
A prova foi conquistada pelos britânicos Dylan Fletcher e Stuart Bithell, enquanto os neozelandeses Blair Tuke e Peter Burling alcançaram a prata e os alemães Erik Heil e Thomas Ploessel o bronze.