O presidente do Farense admitiu o erro na utilização de Harramiz contra o Benfica B, que valeu a perda de dois pontos, mas recusou demitir-se caso a equipa algarvia seja despromovida no final da II Liga de futebol.
“Foi um erro, um falhanço da estrutura do clube, gerado por uma confusão em relação à situação contratual do Harramiz. Aconteceu connosco como antes já aconteceu com o Real Madrid, o Sporting de Braga ou outros clubes. E o Real Madrid não tem uma estrutura superior e mais profissional do que a nossa?”, questionou António Barão, em declarações à agência Lusa.
O Farense foi punido com a perda de dois pontos, por ter utilizado irregularmente Harramiz frente ao Benfica B, na 36.ª jornada na II Liga de futebol, anunciou na terça-feira o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.
O avançado santomense está emprestado pelos ‘encarnados’ ao conjunto algarvio, pelo que, de acordo com os regulamentos, estava impedido de defrontar o Benfica B, que venceu a partida por 2-0.
Farense punido com derrota e multa
O Farense foi ainda punido com a derrota por 3-0 e uma multa de 446 euros, enquanto Harramiz foi suspenso por um jogo e terá de pagar uma multa de 232 euros.
O castigo resultou de um acordo entre o clube de Faro e a Comissão de Instrução e Inquérito da Liga, pelo que não há hipótese de recurso.
“Foi um lapso, não nos apercebemos que o Harramiz não podia jogar. Pagámos por isso e não há recurso. É uma situação incómoda mas resta enfrentar os últimos quatro jogos do campeonato com toda a motivação para recuperar o atraso de quatro pontos face à zona de manutenção”, sustentou o dirigente.
O Farense mantém-se na 22.ª e antepenúltima posição, agora com 44 pontos, a quatro da zona de manutenção.
Questionado sobre a possibilidade de poder pedir a demissão, agora ou caso o clube seja despromovido devido à perda destes dois pontos, António Barão recusou por completo esse cenário.
“Por que razão me havia de demitir? Não cometi crime nenhum. Comigo a presidente, subimos até à II Liga, profissionalizámos o clube, baixámos o passivo, renovámos o estádio. Mas estamos sujeitos a falhas, ou a subidas e descidas de divisão, não somos nenhum dos ‘grandes’”, sublinhou.
António Barão desvalorizou a oposição de alguns adeptos nas redes sociais, comentando que “não responde a quem se esconde por trás de computadores”, e assegurou que só admite “ser julgado” por quem ajuda o clube.
“Só aceito julgamentos de quem me ajuda ou está comigo. Faro, a cidade e o seu comércio contribuem pouco ou zero para o seu clube, como tal pouco tem para exigir. Além das quotas dos sócios, só há um investidor, chamado Aníbal Guerreiro, e a BTV, pelo acordo de transmissões televisivas. Não temos dinheiro”, concluiu.
(Agência Lusa)