O Portimonense venceu este domingo em casa do Vitória de Guimarães por 2-1, em jogo da quinta jornada da I Liga de futebol, virando o encontro a seu favor na reta final da partida.
Um autogolo de Relvas, aos 17 minutos, colocou os vimaranenses, que somaram a segunda derrota consecutiva no campeonato, a vencer, mas os algarvios, que alcançaram o primeiro triunfo na prova, deram a volta ao resultado na fase final da partida, com um ‘bis’ de Carlinhos, aos 81, na conversão de uma grande penalidade, e aos 90+6.
Com esta vitória, o Portimonense abandona a zona de descida, subindo ao 13.º lugar, com cinco pontos, enquanto o Vitória conserva o quinto lugar, com nove.
Carlinhos protagoniza reviravolta do Portimonense em Guimarães
Dois golos de Carlinhos permitiram ao Portimonense somar o primeiro triunfo na I Liga portuguesa de futebol, com uma reviravolta sobre o Vitória de Guimarães (2-1), num jogo atabalhoado, em que os minhotos foram perdulários.
Apesar das dificuldades que sentiu na maior parte do desafio, o conjunto de Portimão respondeu ao autogolo de Filipe Relvas, aos 17 minutos, com um tento de grande penalidade aos 81 e ‘selou’ o triunfo no último lance do jogo, com um remate em arco do médio brasileiro, a decidir a favor dos algarvios um encontro que já estava ‘partido’.
A equipa alvinegra subiu ao 13.º lugar após este primeiro êxito, com cinco pontos, enquanto os vimaranenses, que averbaram a segunda derrota seguida no cameonato, a que se soma a sofrida com o Tondela para a Taça da Liga (1-0), mantêm o quinto posto.
Com Afonso Freitas e Bruno Gaspar de regresso às alas e João Mendes de volta ao meio-campo, após ter cumprido um jogo de suspensão, os vimaranenses assumiram a iniciativa ofensiva desde o primeiro minuto, mas a um ritmo lento, incapazes de desestabilizar a retaguarda algarvia, assente em cinco defesas nos momentos sem a bola.
Remodelada face ao empate da quarta jornada, com o Estrela da Amadora (1-1), ao apresentar seis novidades no ‘onze’, a equipa de Portimão optou pela via da ‘profundidade’ ou do lance individual para levar perigo à baliza de Bruno Varela e conseguiu-o pela primeira vez ao minuto 12, num lance em que o guarda-redes se antecipou para impedir o desvio de Paulinho, antes de Hélio Varela atirar ao lado, na recarga.
A equipa anfitriã recompôs-se desse susto, voltou a insistir no ataque e adiantou-se no marcador quando Jota Silva ganhou o duelo ‘ombro a ombro’ a Lucas Ventura e viu Filipe Relvas desviar o seu cruzamento para o fundo da baliza, naquele que foi o segundo autogolo do central algarvio no campeonato.
Hélio Varela colocou a defesa vitoriana em sentido num ‘disparo’ a rasar o poste esquerdo, aos 24 minutos, mas o lance foi exceção à regra, com as demais ocasiões de golo até ao intervalo a pertencerem aos minhotos: um remate de André Silva por cima no ‘coração’ da área, aos 35, e um ‘disparo’ de Jota Silva ao poste, aos 41.
Apesar do perigo criado pelos algarvios na sequência de um livre ‘socado’ por Bruno Varela contra um colega de equipa, aos 55 minutos, a equipa de Guimarães continuou a rondar a área contrária.
Mesmo com várias falhas de discernimento a construir, os vimaranenses aproximaram-se do segundo golo aos 58 minutos, por Tomás Händel, aos 65, num remate de longe de Tiago Silva, e aos 72, na mais flagrante ocasião do desafio, em que Nélson da Luz atirou por cima com a baliza aberta após lance de insistência.
Os vimaranenses começaram a ser ‘punidos’ por essa ineficácia seis minutos depois, quando Manu Silva derrubou Gonçalo Costa no interior da área e Carlinhos igualou na conversão da grande penalidade, tendo atirado a bola para o lado oposto ao escolhido por Bruno Varela.
A partir daí, o jogo foi uma ‘anarquia’, com ambas as equipas a perderem a bola na primeira etapa da construção dos ataques, a deixarem imensas ‘clareiras’ a meio-campo, tendo a equipa treinada por Paulo Sérgio se recelado mais feliz, com Carlinhos a fletir da esquerda para o meio com imenso espaço, para rematar em arco para o fundo das redes, ‘selando’ a primeira vitória ‘alvinegra’ no campeonato.
Declarações após o Vitória de Guimarães–Portimonense (1-2)
– Paulo Turra (treinador do Vitória de Guimarães): “Fizemos um jogo em que acredito que o resultado foi contra a corrente do jogo. Trabalhámos muito no dia a dia, criámos oportunidades, tivemos domínio do jogo, controlámos o jogo até ao golo do adversário. O grupo é jovem e a responsabilidade pesa em certos momentos. Como treinador, tenho de assumir a responsabilidade.
Foi um jogo até aos 81 minutos, em que tivemos o controlo, e outro após isso [a grande penalidade], em que nos descontrolámos. Há que assumir a responsabilidade e pensar no próximo jogo.
[Assobios dos adeptos] Para quem joga num clube como o Vitória, temos de estar habituado aos adeptos. Têm de se acostumar, aprender com a dor.
[Preocupado com o desperdício?] Preocupar-me-ia se não chegássemos ao último terço com tantas oportunidades. A questão de conseguir gerir o jogo vem com o tempo. Admitir uma derrota como essa é muito difícil, mas nós, que somos profissionais, temos de assumir. Foi uma fatalidade, por isso não me preocupa. Preocupava-me se não tivéssemos o domínio do jogo. É tudo um processo. Temos de ter convicção.
[Só três alterações] Tive de fazer uma substituição na primeira parte [Dani Silva por Tomás Händel], o que é um desconforto. No intervalo, optei por não fazer, queria dar mais minutos a todos. Dentro das características, acredito que tomámos as melhores opções. Tive uma janela a menos na segunda parte; se ganhássemos estava tudo certo. Tenho um plantel e qualidade, um grupo com muitos jovens, com muito potencial para evoluir. Esta instabilidade de resultados e atuações é o preço que estamos a pagar. Mas tenho convicção no trabalho que estamos a realizar no Vitória e do potencial que vamos extrair destes jogadores. Estas derrotas são muito dolorosas, mas é nestas derrotas que aprendemos e evoluímos”.
– Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “No primeiro tempo, fomos infelizes na forma como consentimos o golo, com um ressalto que vai para dentro da nossa baliza num jogo equilibrado. O jogo foi muito dividido, mas assim que sofri o golo tinha de arriscar, pressionar a saída do Vitória, alterámos para jogar atrás com três também, e o jogo ficou muito dividido. Falámos ao intervalo que o Vitória não tinha feito mais do que nós para estar em vantagem. Corrigimos, conseguimos ter mais jogo, criar mais futebol, defendemos, aqui e ali, atrapalhadamente.
Depois, foi o acreditar sempre, fomos apostando e arriscando, arriscámos tudo o que tínhamos para arriscar. Estava irritado quando fizemos o 1-1, porque o Vitória desorganizou-se. O Vitória errou alguns passes, beneficiámos com isso. Quiçá a falta de uma vitória tirasse discernimento, foi cansativo, o Carlinhos tem um pormenor fantástico depois no golo. Por vezes dou-lhe na cabeça, tem um grande remate e passa um jogo todo sem atirar à baliza. Temos uma equipa com gente nova que entrou, há muito trabalho pela frente. Vamos perder, vamos ganhar, mas vamos competir, não pode acontecer o que aconteceu nas duas primeiras jornadas. É uma imagem que vamos ter de trabalhar muito para a apagar. Fomos competitivos hoje, a lutar por cada bola em todo o espaço do terreno.
[Desagrado do Lucas Ventura ao ser substituído] Ainda não falei com ele. Não foi mal-educado, já saiu mais vezes cedo no jogo para o proteger. Precisava de arriscar, ninguém gosta de sair aos 20 minutos, daqui a pouco vou-lhe dar um abraço e dar explicações, não sou muito de as dar, mas ele é um bom menino e pelo caráter que tem vou falar com ele, ninguém gosta de sair por opção aos 20 minutos”.
Jogo no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães
Vitória de Guimarães – Portimonense, 1-2
Ao intervalo: 1-0
Marcadores:
1-0, Filipe Relvas, 17 minutos (própria baliza).
1-1, Carlinhos, 81 (grande penalidade).
1-2, Carlinhos, 90+6.
Equipas:
– Vitória de Guimarães: Bruno Varela, Jorge Fernandes, Manu Silva, Tomás Ribeiro, Bruno Gaspar, Dani Silva (Tomás Händel, 39), Tiago Silva (Zé Carlos, 78), João Mendes (Nélson da Luz, 62), Afonso Freitas, Jota Silva e André Silva.
(Suplentes: Charles, Miguel Maga, Tounkara, Tomás Händel, Zé Carlos, Nuno Santos, Nélson da Luz, Alisson Safira e Adrián Butzke).
Treinador: Paulo Turra.
– Portimonense: Vinicius, Pedrão, Alemão, Filipe Relvas (Zinho, 76), Seck (Rildo, 60), Carlinhos, Dener, Lucas Ventura (Igor Formiga, 27), Hélio Varela, Sylvester Jasper (Ronie Carrillo, 76) e Paulinho (Gonçalo Costa, 60).
(Suplentes: Gabriel Souza, Igor Formiga, Rafael Alcobia, Gonçalo Costa, Maurício, Paulo Estrela, Rildo, Zinho e Ronie Carrillo).
Treinador: Paulo Sérgio.
Árbitro: Fábio Veríssimo (Associação de Futebol de Leiria).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Jorge Fernandes (08), Seck (43), Igor Formiga (45+3), André Silva (49), Zinho (90+3) e Carlinhos (90+7).
Assistência: 12.593 espetadores.
Leia também: Extremo Zinho está preparado para fazer grande época no Portimonense