O Portimonense e o Boavista prolongaram hoje os seus longos jejuns de vitórias na I Liga de futebol, ambos desde dezembro, ao empatarem (1-1) no Algarve, em jogo da 22.ª jornada da prova.
Ricardo Matos abriu o ativo, aos 18 minutos, na estreia a marcar no campeonato, e Musa assinou o empate antes do intervalo (41), num resultado que não se modificou até final, apesar de duas bolas nos ‘ferros’, uma para cada lado, e da expulsão de Porozo (77), que deixou os ‘axadrezados’ com 10 unidades nos minutos finais.
O Portimonense, que somou o oitavo jogo sem vencer na Liga, segue no oitavo lugar, com 27 pontos, enquanto o Boavista, na sua sétima partida seguida no campeonato sem festejar um triunfo, é 12.º, com 21.
Com as duas equipas sem vencer desde dezembro, o Portimonense apresentou duas alterações face ao empate em Paços de Ferreira, com o regresso dos laterais Moufi e Filipe Relvas, enquanto o Boavista apresentou Reggie Cannon, Gustavo Sauer e Yusupha como novidades em relação à igualdade com o Vizela.
O primeiro lance de perigo, ainda com as duas equipas em fase de estudo, surgiu logo aos dois minutos: Anderson Oliveira aproveitou uma desatenção de um adversário a meio-campo até à entrada da grande área, onde rematou forte para defesa do guardião boavisteiro.
A partida prosseguiu numa toada de equilíbrio, mas, a partir dos 15 minutos, os algarvios ganharam ascendente, abrindo o marcador pouco depois (18): após canto de Nakajima e um primeiro desvio de Willyan, Ricardo Matos cabeceou para o fundo da baliza. O árbitro auxiliar assinalou fora de jogo, mas o videoárbitro reverteu a decisão, confirmando assim o primeiro golo na Liga do reforço de inverno dos algarvios, oriundo do Olhanense, do Campeonato de Portugal (terceiro escalão).
O Portimonense, insuflado pelo tento inaugural, manteve a pressão e empurrou os forasteiros para o seu meio-campo, com duas oportunidades flagrantes para aumentar a diferença.
A primeira ameaça foi do médio-ofensivo japonês Nakajima (24), que surgiu isolado, mas no duelo com Rafael Bracali permitiu uma grande defesa do brasileiro, e depois foi Angulo (26), na meia esquerda, dentro da área, que ‘driblou’ um adversário e rematou em jeito à barra.
O Boavista libertou-se da superioridade dos locais aos poucos e acabaria por chegar à igualdade: Yusupha desperdiçou uma boa ocasião, aos 36, mas o croata Musa, no seu terceiro jogo consecutivo a marcar, igualou aos 41, com um remate de primeira com o pé direito, após bom trabalho individual e cruzamento rasteiro atrasado de Makouta.
No reatamento, a equipa de Petit surgiu mais confortável a trocar a bola, ‘cheirando’ o segundo golo em dois remates, de Gustavo Sauer (55) e de Musa (56), que passaram muito perto do poste direito da baliza de Samuel Portugal.
Com as duas equipas muito bloqueadas a meio-campo, o encontro prosseguiu depois numa toada bem mais morna, antes de Makouta obrigar Samuel a excelente defesa (70) e Moufi ver Cannon intercetar o seu remate com ‘selo’ de golo (77).
O Boavista ficou reduzido a 10 unidades após expulsão de Porozo, por entrada feia sobre Carlinhos, aos 77, mas manteve a tranquilidade nos minutos finais e esteve mais perto da vitória: aos 89, Samuel defendeu o remate de Gorré e, aos 90+2, Makouta cabeceou à barra.
Declarações
Declarações dos treinadores após a partida Portimonense – Boavista (1-1), da 22.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, realizada hoje no Estádio Municipal de Portimão.
Paulo Sérgio (treinador do Portimonense): “O que ajuda a explicar a igualdade foi a falta de eficácia nos inúmeros lances de golo que criámos.
Já na segunda parte, posso contar pelo menos uns quatro remates dentro da grande área: uma bola desviada no braço num remate do Fabrício – não estou a dizer que é penálti, porque o braço está encostado ao corpo – com o Bracali fora do lance, um remate do Carlinhos, além de bolas oriundas de cruzamento, para cabeceamentos do Relvas com possibilidades de golo.
Se formos ver na primeira parte, temos quatro ocasiões – além do golo, temos dois jogadores isolados e uma bola na trave -, mas o Boavista termina o jogo, no minuto 90, com três cantos seguidos e uma bola na trave, que não conseguimos ‘sacudir’ naquele momento.
Acho que foi um jogo muito conseguido da equipa, valorizado porque o Boavista é uma equipa boa, experiente, batida, que dificulta e é guerreira.
Apesar desse adversário, com essas qualidades que lhe reconheço, a equipa conseguiu jogar bastante bem durante a maior parte do tempo e quando não conseguiu houve mérito do Boavista, que nos impediu. A equipa fez um jogo muito positivo, pena foi não ter conseguido mais um golo”.
Petit (treinador do Boavista): “Nós vínhamos sempre com a mentalidade de trabalhar para conquistar os três pontos. Houve duas partes distintas. Na primeira parte, houve mais Portimonense, com mais situações de perigo, com lances que já tínhamos falado durante a semana.
Aproveitam muito o Nakajima entrelinhas, jogando muito nele para depois sair em ataque rápido, onde nos criaram algumas dificuldades, além de mais alguns lances de bola parada. Chegaram ao golo e nós conseguimos reagir, mas sem criar perigo.
A segunda parte foi diferente. O jogo foi muito mais dividido, nós tivemos mais situações ali perto de fazer o segundo golo, o Portimonense também teve mais situações de bola parada, onde é uma equipa muito bem trabalhada e com jogadores fortes a atacar esses momentos do jogo.
Mas, depois da expulsão do Porozo, penso que é um ponto conquistado. Estávamos por cima no jogo, sentíamos que, a qualquer momentos, podíamos fazer [o segundo golo], mas é mais um ponto nesta caminhada no campeonato.
(Boavista sem ganhar há sete jogos na Liga) Todas as equipas passam por estes ciclos. Nesses jogos, temos de ver o que podíamos ter feito melhor ou onde podíamos ter conquistado mais pontos: ainda na semana passada, a acabar o jogo [com o Vizela], falhámos uma grande penalidade, mas isso faz parte do futebol.
Os pontos estão caros, mas o mais importante é focarmo-nos no nosso trabalho e continuar a trabalhar, porque a vitória vai aparecer. Neste ciclo, temos duas derrotas, em Alvalade e nos Açores, mas tem-nos faltado uma ‘pontinha’ de sorte, porque às vezes trabalha-se para isso. Hoje, a acabar, há a bola na barra do Makouta e poderíamos ter tido essa felicidade de levar mais dois pontos”.
Jogo disputado no Estádio Municipal de Portimão
Portimonense – Boavista, 1-1
Ao intervalo: 1-1
Marcadores:
1-0, Ricardo Matos, 18 minutos.
1-1, Musa, 41.
Equipas:
– Portimonense: Samuel Portugal, Moufi, Pedrão, Willyan, Filipe Relvas, Ewerton (Lucas Fernandes, 66), Carlinhos, Nakajima, Anderson Oliveira (Fabrício, 59), Angulo e Ricardo Matos (Sapara, 86).
(Suplentes: Payam, Henrique Jocú, Lucas Fernandes, Fabrício, Luquinha, Sana, Dacosta, Sapara e Welinton Júnior).
Treinador: Paulo Sérgio.
– Boavista: Rafael Bracali, Reggie Cannon, Porozo, Abascal, Nathan Santos (Tiago Ilori, 81), Sebastián Pérez (Javi Garcia, 90), Makouta, Filipe Ferreira, Gustavo Sauer (Ntep, 90), Yusupha (Gorré, 61) e Musa.
(Suplentes: Alireza, Tiago Ilori, Javi García, Gorré, Reymão, Namora, Ntep, Tiago Morais e Francisco Pereira).
Treinador: Petit.
Árbitro: Cláudio Pereira (AF Aveiro).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Musa (11), Pedrão (14), Ewerton (39), Filipe Relvas (41), Abascal (45+1), Angulo (66) e Tiago Ilori (84). Cartão vermelho direto para Porozo (77).
Assistência: 1.167 espetadores.