A meio de março, a justiça russa decidiu que a detenção de Brittney Griner se iria prolongar por mais dois meses, até 19 de maio, altura em que seria presente ao juiz. Mas, quando faltam apenas seis dias para a data marcada, a jogadora de basquetebol norte-americana foi informada de que essa data voltou a mudar. Alexander Boykov, advogado da estrela da WNBA, disse esta sexta-feira que a sua prisão preventiva na Rússia foi prolongada por mais um mês.
Detida há cerca de três meses, Griner compareceu na audiência em que foi informada desta extensão e nas imagens é possível ver a jogadora algemada e com o cabelo a cobrir a cara que tenta esconder olhando para o chão.
Boykov disse à Associated Press que acredita que estava extensão relativamente curta da detenção pode indicar que o caso será julgado em breve. O advogado partilhou ainda o feedback que recebeu de Griner: “Não recebemos qualquer queixa da nossa cliente sobre as condições de detenção”.
A jogadora das Phoenix Mercury e da seleção dos Estados Unidos foi detida num aeroporto de Moscovo por alegadamente estar na posse de estupefacientes como óleos canabinoides, vaporizadores e outros produtos relacionados. Nestas situações, a pena de prisão pode ir até aos 10 anos.
Com a detenção a coincidir com a guerra na Ucrânia, que deixa a Rússia e os EUA em polos opostos do conflito, a estratégia inicial da defesa passou pelo silêncio e não atrair muita atenção para o caso. Desta forma, Griner não seria vista como “moeda de troca”. Mas o progresso não foi muito e o governo norte-americano está agora a tentar uma nova abordagem, considerando que Griner está “detida injustamente” e incentivando para que se consiga atrair atenção para o caso. Como tem feito a WNBA nos últimos dias.
Por outro lado, os russos descreveram o caso de Griner como um delito criminal, sem fazerem qualquer associação política.
Sabe-se ainda que o governo norte-americano colocou Bill Richardson, ex-embaixador dos EUA nas Nações Unidas que tem trabalhado na negociação internacional de reféns, a trabalhar no caso de Griner, ainda que esta não seja considerada refém. Richardson foi uma das pessoas que trabalhou na libertação de Trevor Reed, um dos presos políticos que se encontrava detido na Rússia e que regressou aos EUA há poucos dias.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL