Em causa estão “regras temporárias que tratam da situação excecional decorrente da guerra na Ucrânia”, esclareceu o organismo, que alterou “temporariamente” o regulamento sobre o Estatuto e a Transferência de Jogadores a fim de “fornecer segurança jurídica e clareza” em relação a situações diversas.
“Todos os contratos de trabalho de jogadores e treinadores estrangeiros com clubes filiados à Associação Ucraniana de Futebol (UAF) serão considerados automaticamente suspensos até o final da temporada na Ucrânia (30 de junho de 2022), sem a necessidade de qualquer ação das partes para este efeito”, esclarece a FIFA.
Esta medida excecional de criação de emprego temporário, fora da habitual janela de transferências, é uma resposta concertada entre a FIFA e a UEFA para proteger futebolistas e treinadores durante a guerra na Ucrânia, após a invasão da Rússia.
Quanto aos profissionais ligados ao futebol russo, jogadores e treinadores “terão o direito de suspender unilateralmente os seus contratos de trabalho (…) até o final da temporada na Rússia”, que é 30 de junho.
Além de vários jogadores, também os treinadores alemães Daniel Farke e Markus Gisdol já deixaram os seus clubes, o Krasnodar e o Lokomotiv de Moscovo, respetivamente
Se na Rússia o campeonato prossegue, já na Ucrânia o mesmo foi suspenso devido ao conflito, pelo que a ideia desta medida visa “dar oportunidade de trabalhar e receber um salário e proteger os clubes”.
Para acautelar os interesses de todos, o organismo que gere o futebol mundial também “isenta os menores refugiados da regra que impede a transferência internacional de jogadores antes dos 18 anos.”
Depois da invasão à Ucrânia, a Rússia viu a sua seleção e as suas equipas serem suspensas de todas as competições internacionais.
Desta forma, o país organizador do Mundial2018 não vai estar no Mundial do Qatar deste ano – iria disputar o ‘play-off’ – e não terá mais equipas nas competições europeias, além de ter perdido para Paris a organização da final da Liga dos Campeões desta época, prevista para São Petersburgo.
“A FIFA gostaria de reiterar sua condenação ao uso contínuo da força pela Rússia na Ucrânia e pede uma rápida cessação das hostilidades e um retorno à paz”, conclui o organismo.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.