O Farense colocou esta sexta-feira fim a uma série de nove jogos sem vencer na I Liga portuguesa de futebol, ao bater em casa o Boavista, por 2-0, no jogo que abriu a 28.ª jornada da competição.
No Estádio de São Luís, em Faro, Cláudio Falcão, aos 28 minutos, e Bruno Duarte, aos 39, marcaram os golos dos algarvios, que não venciam no campeonato desde 20 de janeiro, quando se impuseram ao Casa Pia, na 18.ª ronda.
Com este triunfo, o Farense sobe provisoriamente ao 10.º lugar, com 30 pontos, ultrapassando precisamente o Boavista, que é 11.º, com 29.
Farense volta a vencer 10 jogos depois e afasta-se de zona perigosa
O Farense quebrou um ‘jejum’ de nove encontros sem vencer na I Liga de futebol, ao bater o Boavista por 2-0, na 28.ª jornada, que lhe permite afastar-se da zona de despromoção e recuperar alguma tranquilidade.
Os golos de Cláudio Falcão (28 minutos) e Bruno Duarte (39) expressaram no marcador um jogo de sentido único para os algarvios até aos 60 minutos, enquanto o Boavista só reagiu na meia hora final, mas sem efeitos práticos, graças à prestação do guardião Ricardo Velho.
O Farense, que não vencia desde 20 de janeiro (3-1 no reduto do Casa Pia), ascendeu, à condição, ao 10.º posto, com 30 pontos, suplantando precisamente o Boavista, provisório 11.º, com 29.
José Mota operou quatro alterações no ‘onze’ algarvio em relação à derrota em Arouca (2-1), com os regressos de Pastor, Cláudio Falcão, Rafael Barbosa e Belloumi, enquanto nos ‘axadrezados’ houve três novidades nas escolhas iniciais face ao empate caseiro sem golos com o Rio Ave, nomeadamente Ibrahima, Vukotic e Berna.
O jogo começou equilibrado, mas ao cabo de 10 minutos já o Farense, disposto a quebrar de vez com a sequência negativa no campeonato, impunha o seu ascendente, empurrando os boavisteiros para o seu último terço, domínio que se expressou durante toda a primeira parte e que resultou em quatro golos, dois deles anulados.
Bruno Duarte foi o primeiro a ameaçar, precisamente aos 10 minutos, com um remate fraco e à figura de João Gonçalves, antes de dois tentos, aos 12, por Belloumi, e aos 23, por Pastor, terem sido invalidados por mão de Bruno Duarte (descortinada pelo videoárbitro) e fora de jogo de Talys no início das duas jogadas.
Com a formação de Faro a dominar de forma clara perante um Boavista sem soluções para quebrar esse ímpeto, Fabrício Isidoro rematou a centímetros do poste direito, aos 26 minutos, e a terceira celebração acabou por ser de vez para os adeptos algarvios, num cabeceamento de Cláudio Falcão (28), após canto cobrado por Rafael Barbosa e desvio do forasteiro Bozenik ao primeiro poste.
Ainda antes do intervalo, aos 39 minutos, os anfitriões aumentaram a vantagem, com Bruno Duarte a concluir de peito na pequena área para o seu 10.º golo no campeonato, após jogada de Belloumi à esquerda, que driblou Chidozie duas vezes e cruzou a preceito.
O técnico do Boavista, que viu o dianteiro eslovaco Bozenik desperdiçar a única ocasião da sua equipa na primeira parte já nos descontos (45+1 minutos), descontente com o rumo dos acontecimentos, decidiu mudar três peças no reatamento.
Essas mudanças não trouxeram, contudo, quaisquer efeitos positivos para os portuenses, praticamente ‘espetadores’ perante a dinâmica do Farense, que continuou com evidente ‘sinal mais’ no primeiro quarto de hora da segunda metade.
Nesta fase, o conjunto de José Mota obrigou o guardião João Gonçalves a quatro boas defesas, em lances de Marco Matias (49), Bruno Duarte (55) e Belloumi (55 e 61).
Depois de quase uma hora de ascendente algarvio, os ‘axadrezados’ começaram finalmente a reagir, mas até ao apito final foi Ricardo Velho, ‘MVP’ dos algarvios esta temporada, que se voltou a mostrar em grande plano quando a sua equipa mais precisava.
O guardião do Farense evitou, com quatro excelentes estiradas, os remates de Joel Silva (67 minutos), Bozenik (75 e 90) e Makouta (81), segurando a diferença no marcador e o regresso do emblema de Faro aos triunfos, enquanto o Boavista leva agora três jogos sem ganhar.
Declarações após o jogo Farense-Boavista (2-0)
– José Mota (treinador do Farense): “Tivemos boa atitude, boa postura. Na primeira parte, controlámos e dominámos, fizemos golos e tivemos oportunidades para fazer mais. Fizemos quatro, só valeram dois.
A equipa esteve muito bem não só na reação à perda da bola, mas também na gestão da posse de bola. Tivemos boa dinâmica pelos corredores, os jogadores perceberam e compreenderam aquilo de que precisávamos para vencer o Boavista.
Os primeiros 45 minutos foram bons e na segunda parte entrámos muitíssimo bem nos primeiros 10 minutos. Podíamos ter feito mais um ou dois golos.
A partir desse período, o Boavista, com as alterações, mudou um pouco o seu modelo de jogo e nós perdemos o discernimento com bola, tivemos também alguma ansiedade e nervosismo. Concedemos espaços, algumas situações de remate e, como é óbvio também, estava lá o nosso guarda-redes [Ricardo Velho] para fazer duas ou três intervenções muito boas.
Foi o resultado que desejávamos. Queríamos muito vencer. Fizemos 30 pontos a faltar seis jornadas, penso que é interessante estarmos no meio da tabela, entre grandes orçamentos e grandes equipas.
Penso que 34 pontos chegarão [para a manutenção]. É claro que ninguém está a jogar pelos 34 pontos, estamos a jogar jogo a jogo para obter o máximo possível de pontos, mas penso que 34 pontos serão suficientes para a tranquilidade na classificação, para não passar por sobressaltos em relação a play-offs.
[Entrada no top 10 dos treinadores com mais jogos na I Liga, com 437] Estar no top dos 10 treinadores com mais jogos da I Liga é realmente importante. Já muita gente me dava como arrumado e as pessoas estão esquecidas do meu percurso. Eu só estive uma vez meio ano parado, e por minha iniciativa, porque tive sempre convites. Olho para os monstros que lá estão, para aqueles treinadores, e poder dizer que estou nessa luta é fantástico. É um marco muito importante”.
– Ricardo Paiva (treinador do Boavista): “O jogo tem duas partes completamente distintas. Nós, na primeira parte, não fizemos nada do que estávamos obrigados a fazer. Não houve surpresa na abordagem do jogo do Farense, houve, sim, surpresa na falta de atitude, empenho, rigor e disponibilidade que estávamos obrigados a ter, sobretudo presença nos duelos.
Isso não aconteceu e demos meia parte de vantagem ao Farense. E, quando assim é, os jogos que, à partida, são difíceis tornam-se muito mais difíceis.
Uma segunda parte completamente diferente, à nossa imagem. É nesta segunda parte que temos de pegar para o que falta do campeonato. Conseguimos ter personalidade, conseguimos ligar e chegar à frente.
Tivemos inúmeras oportunidades de golo, e acabámos por apanhar pela frente um Ricardo Velho que se apresentou extramotivado, com uma ‘estrelinha’ também, e que nos travou o golo.
[Ausências] Não pode servir de desculpa. Podemos falar disso como facto e não como desculpa. Porque na segunda parte conseguimos ter uma atitude completamente diferente e a alma que nos faltou na primeira. Isso condicionou o trabalho ao longo da semana, mas não é desculpa”.
Jogo disputado no Estádio de São Luís, em Faro
Farense – Boavista, 2-0
Ao intervalo: 2-0
Marcadores:
1-0, Cláudio Falcão, 28 minutos.
2-0, Bruno Duarte, 39.
Equipas:
– Farense: Ricardo Velho, Pastor, Gonçalo Silva, Igor Rossi, Talys, Cláudio Falcão, Fabrício Isidoro (Vítor Gonçalves, 69), Rafael Barbosa (Mattheus Oliveira, 80), Belloumi (Elves Baldé, 69), Marco Matias (Muscat, 90+3) e Bruno Duarte (Zé Luís, 80).
(Suplentes: Miguel Carvalho, Fran Delgado, Muscat, Elves Baldé, Rui Costa, Mattheus Oliveira, Talocha, Vítor Gonçalves e Zé Luís).
Treinador: José Mota.
– Boavista: João Gonçalves, Chidozie (Sasso, 46), Rodrigo Abascal, Filipe Ferreira, Pedro Malheiro, Vukotic (Luís Santos, 60), Ibrahima (Makouta, 46), Bruno Onyemaechi, Bruno Lourenço (Martim Tavares, 75), Berna (Joel Silva, 46) e Bozenik.
(Suplentes: Tomé Sousa, Luís Santos, Masaki Watai, Joel Silva, Sasso, Makouta, Martim Tavares e Tiago Machado).
Treinador: Ricardo Paiva.
Árbitro: Iancu Vasilica (AF Vila Real).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Sasso (53), Fabrício Isidoro (62), Igor Rossi (78), Luís Santos (78), Bruno Duarte (79) e Makouta (90+4).
Assistência: Cerca de 3.500 espetadores.
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