João Pedro Simões, enviado da agência Lusa
O algarvio Isaac Nader qualificou-se este domingo para a final dos 1.500 metros dos Campeonatos do Mundo de atletismo, em Budapeste, poupando no que pôde para continuar tranquilamente em prova.
O meio-fundista do Benfica, de 24 anos, concluiu a segunda série das meias-finais no quinto lugar, em 03.35,31 minutos, gerindo a sua posição na última volta, sem arriscar ficar fora dos seis lugares de qualificação.
“Estive sempre muito tranquilo, porque tenho ganhado a experiência de ter calma, saber esperar, para não cometer os erros que fiz no passado. O cronometro é um bom psicólogo, porque treinando bem, as coisas saem e, depois, na competição, há que acreditar para lutarmos pelos nossos sonhos, conquistando-os ou não”, explicou o atleta natural de Faro.
Isaac Nader vai ser um dos 12 atletas que vão disputar a final dos 1.500 metros, na quarta-feira, a partir das 21:15 locais (20:15 em Lisboa), depois de ter tido de fazer um ligeiro avanço na última volta à pista húngara.
“Nos últimos 250 metros, avancei mais na corrida, porque estava em sétimo e não queria ficar barrado. Ainda tinha muita força e, quando passa o norueguês [Jakob Ingebrigtsen], que muda forte, eu fui atrás dele e tentei controlar o máximo possível. A estratégia era a mesma, podendo não gastar, não gasto”, recordou, aludindo ao avanço do campeão olímpico e vice-campeão mundial na sua série.
Isaac Nader: “Os 1.500 nunca foram tão fortes”
O português, agora comandado pelo espanhol Enrique Pascual Oliva, chegou a Budapeste2023 depois de conseguir a marca de qualificação para os Jogos Olímpicos Paris2024, com os 03.31,49 minutos do seu recorde pessoal, em Chorzow, na Polónia, há pouco mais de um mês, em 16 de julho.
Agora, na sua segunda experiência em Mundiais, depois do 40.º lugar em Oregon2022, numa distância em que o seu antigo treinador Rui Silva, e ainda recordista nacional, com 03.30,07, detém a melhor presença lusa na competição, com o bronze conquistado em Helsínquia2005, na última presença lusa em finais da distância, Isaac Nader quer a melhor classificação que conseguir.
“A final vai ser muito difícil. Como se pode ver na lista de partida, os 1.500 nunca foram tão fortes. Fico contente por poder estar entre os 12 primeiros, mas vou lutar pelo melhor lugar possível”, prometeu.
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