O Farense e o Rio Ave empataram este sábado a um golo, em jogo da 26.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, com as duas equipas a manterem séries de jogos sem vencer na prova.
Em Faro, Fabrício Isidoro (31 minutos) adiantou os algarvios, com Boateng (50) a dar o quarto empate consecutivo aos vila-condenses, que não vencem há cinco encontros.
Com o oitavo jogo seguido sem vencer, o Farense ocupa o 12.º lugar, com 27 pontos, mais dois do que o Rio Ave, que é 15.º classificado.
Farense e Rio Ave prolongam ciclos negativos
Farense e Rio Ave empataram 1-1, em jogo da 26.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol com um golo em cada parte, prolongando os respetivos ciclos negativos de oito e cinco jogos sem ganhar no campeonato.
O capitão Fabrício Isidoro comemorou o seu jogo 200 pelos algarvios, que representa desde a época 2017/2018, com o primeiro golo da tarde, aos 31 minutos, e teve resposta do ganês Boateng, que entrou ao intervalo e empatou aos 50.
O Farense voltou a pontuar após quatro derrotas consecutivas num ciclo de oito partidas sem vencer, ocupando o 12.º lugar, com 27 pontos, mais dois do que o Rio Ave (15.º), que hoje registou o quarto empate seguido e leva cinco encontros sem ganhar na Liga.
O Farense mudou duas peças em relação à derrota em Vizela (2-1), com os regressos de Fran Delgado e Mattheus Oliveira, enquanto no Rio Ave surgiram três alterações face ao ‘nulo’ com o Sporting de Braga, voltando os centrais Patrick William e Josué Sá e o médio João Teixeira.
A equipa algarvia voltou ao ‘4-3-3’, contra o ‘3-4-3’ dos vila-condenses em que o extremo Úmaro Embaló ‘fechava’ à esquerda como lateral e atuava como extremo em fase ofensiva, permitindo que João Teixeira procurasse o ‘miolo’ em busca de combinações.
A estratégia de José Mota passava por deixar o adversário dominar a posse de bola e atacar as ‘costas’ da sua defensiva com jogo direto e, até ao intervalo, a sua equipa foi somando mais aproximações à baliza do que o Rio Ave, que concedeu muitas facilidades aos locais.
A primeira grande oportunidade da partida surgiu, porém, de surpresa, aos 16 minutos, quando Gonçalo Silva cobrou um livre do seu meio-campo e quase surpreendia o adiantado Jhonatan Luiz, que teve de voar para evitar o golo.
Com os flancos bem ativados, o Farense foi mais perigoso durante a primeira meia hora e, se Mattheus Oliveira tentou de fora da área para defesa fácil do guardião brasileiro, aos 20 minutos, o isolado Marco Matias desperdiçou a ocasião mais flagrante, num ‘tiro’ à figura de Jhonatan (24).
A formação algarvia acabou mesmo por chegar ao 1-0, aos 31 minutos, num lance que nasce de um mau passe de Adrien a meio-campo: Fran Delgado serviu rapidamente Zé Luís, que chutou para nova defesa do guardião dos forasteiros, surgindo Fabrício Isidoro a finalizar para o seu terceiro tento no campeonato.
Apesar da ligeira reação dos forasteiros, a posse de bola infrutífera e a apatia no último terço levaram Luís Freire a operar duas mudanças ao intervalo, refrescando os flancos no ataque com Fábio Ronaldo e Boateng, que assinou a igualdade logo aos 50 minutos.
O lateral Costinha e o central Josué Sá combinaram à direita e este, perto da linha de fundo, centrou para a grande área, onde surgiu o avançado ganês, perante a passividade de Fran Delgado, a cabecear sem hipóteses para Ricardo Velho.
Depois do 1-1, o jogo entrou numa fase de equilíbrio, com Zé Luís a cabecear à figura (66 minutos) e Boateng a desperdiçar o ‘bis’, falhando uma finalização que parecia fácil em ‘carrinho’, após passe de Aziz (73).
O ciclo mais negativo entre as duas equipas pertence aos algarvios e o técnico José Mota foi arriscando com mais peças ofensivas, em busca da vitória, mas a sua equipa teve poucas ideias num final de jogo de parada e resposta, em que o resultado já não se modificou.
Declarações após o jogo Farense-Rio Ave (1-1)
– José Mota (treinador do Farense): “Cada equipa marcou um golo e, quando assim é, temos de aceitar este resultado.
Foi um jogo intenso, muitas vezes bem jogado, com equipas a entregarem-se com muita dedicação ao jogo. Equipas também que não arriscaram muito, porque percebem o quão é importante nesta fase somar [pontos].
Conseguimos fazer um golo, obrigámos o Rio Ave, muitas vezes, a recuar e explorámos muitíssimo bem as transições e a profundidade. Tivemos mais uma situação de golo, nomeadamente pelo [Marco] Matias, que podíamos ter concretizado e penso que, a fazer, se calhar o jogo ficaria ali resolvido.
Com as alterações produzidas, o Rio Ave obrigou-nos a recuar linhas. Tivemos de nos readaptar um pouco ao jogo. Numa jogada de cruzamento, onde poderíamos e deveríamos estar mais organizados, sofremos o golo do empate.
Com as alterações produzidas, tentei chegar com mais agressividade à zona de finalização. Tivemos uma excelente oportunidade pelo Zé [Luís], mais uma ou outra situação, mas a verdade é que também o Rio Ave já estava satisfeito com este empate, pelas alterações que entretanto foi fazendo ao longo do jogo.
É muito difícil nesta fase conseguir três pontos. As equipas quando estão a ganhar, têm de saber guardar essa vantagem. Nós hoje não conseguimos, deveríamos ter conseguido, porque tínhamos condições para isso.”
– Luís Freire (treinador do Rio Ave): “Nós entrámos mal no jogo, claramente. A perder várias vezes a bola, de uma forma às vezes simples e com um tempo de reação muito lento. Temos qualidade e capacidade para, como equipa e individualmente também, assumir e jogar, mas estivemos algo intranquilos na circulação de bola na primeira meia hora.
O Farense foi-se aproximando, ou através de bola parada ou em contra-ataque, com jogo mais direto também, causando alguns problemas até fazer o 1-0.
A partir daí, o jogo muda, porque começámos a assumir mais o nosso jogo. Parece que nos libertámos completamente a partir do golo sofrido e, até ao intervalo, acabámos por nos aproximar mais vezes da baliza do Farense.
Falámos todos [ao intervalo] e, na segunda parte, a equipa já começou a circular mais a bola, com uma boa dinâmica, a jogar bem, e fazemos um grande golo, numa boa jogada.
Na segunda parte, sempre fomos equilibrados, nunca nos expusemos demasiado a uma equipa forte a jogar em casa e conseguimos ir criando calafrios ao Farense. Temos a melhor oportunidade de golo na segunda parte.
Pela entrada em jogo má estávamos a ser penalizados, mas a reação foi boa e por pouco não demos a volta ao jogo.
Mais do que quem entrou ou quem saiu, mudámos a partir do golo sofrido. A partir do golo sofrido, toda a equipa mudou. O intervalo foi consequência para tentar arriscar mais um pouco, com a entrada dos avançados. A verdade é que resultou e por pouco, como disse, não íamos fazendo o segundo golo.
O que temos de tirar daqui é que, quem faz 60 minutos assim, pode fazer 90. Temos de ser exigentes connosco. Jogámos com uma boa equipa, num estádio difícil, mas eu acredito muito nos jogadores, acredito muito na minha equipa, e acho que podíamos ter feito 90 minutos ainda mais consistentes.”
Jogo disputado no Estádio de São Luís, em Faro
Farense – Rio Ave, 1-1
Ao intervalo: 1-0
Marcadores:
1-0, Fabrício Isidoro, 31 minutos.
1-1, Boateng, 50.
Equipas:
– Farense: Ricardo Velho, Fran Delgado (Rafael Barbosa, 77), Gonçalo Silva, Igor Rossi, Talys (Talocha, 88), Cláudio Falcão, Fabrício Isidoro (Cáseres, 77), Belloumi (Elves Baldé, 67), Mattheus Oliveira, Marco Matias (Bruno Duarte, 67) e Zé Luís.
(Suplentes: Miguel Carvalho, Cáseres, Muscat, Elves Baldé, Rafael Barbosa, Bruno Duarte, Rui Costa, Talocha e Vítor Gonçalves).
Treinador: José Mota.
– Rio Ave: Jhonatan Luiz, Josué Sá, Aderllan Santos, Patrick William, Costinha, Amine, Adrien Silva (Boateng, 46), Úmaro Embaló (Vrousai, 69), Joca (Fábio Ronaldo, 46), João Teixeira (João Graça, 87) e Aziz (Zé Manuel, 87).
(Suplentes: Magrão, Tanlongo, Vítor Gomes, João Graça, Boateng, Vrousai, Renato Pantalon, Zé Manuel e Fábio Ronaldo).
Treinador: Luís Freire.
Árbitro: Miguel Nogueira (AF Lisboa).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Marco Matias (22), Patrick William (60) e Cláudio Falcão (89).
Assistência: 4.713 espetadores.
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