No início de setembro, Samuel Barata celebrava o novo recorde nacional alcançado na prova de 10 quilómetros de estrada, realizada em Brasov, na Roménia. Há 38 anos que ninguém ultrapassava a marca conquistada por Fernando Mamede, em 1985, e agora o corredor do Benfica completava a prova em 27.45 minutos, menos 26 segundos do que o antigo recordista.
Duas semanas depois de ter alcançado a melhor marca de sempre para Portugal nos 10 quilómetros de estrada, Samuel Barata viu o seu recorde ser anulado por força de um erro na medição do percurso, pelo que Fernando Mamede continua a ser o dono do máximo nacional para esta distância. A incorreção foi detetada pela World Athletics aquando de uma nova avaliação do percurso após a prova, uma medida protocolar que é posta em prática sempre que há um novo máximo mundial, como aconteceu no feminino com a queniana, Agnes Jebet Ngetich.
Em declarações à Lusa, o corredor de 30 anos assumiu estar “frustrado” e “triste” com o sucedido. “É chato porque saí de lá com a expectativa de ter batido os recordes e isso não é real. Por diferença de 25 metros”, explica. Em vez dos obrigatórios 10 mil metros, o percurso media apenas 9.975 metros. Em causa estava uma curva com uma rotunda, sendo que o percurso não dava a volta à mesma, mas passava pelo trajeto menor, algo que aconteceu em várias passagens. O recorde também batido por Samuel Barata na prova de 5 quilómetros foi igualmente anulado e apesar da “dupla frustração”, o atleta valoriza o facto de ter prevalecido “a verdade e a credibilidade desportiva”.
Uma vez ultrapassado o imprevisto da prova da Roménia, o foco de Samuel Barata está nos Mundiais de estrada de Riga, a 1 de outubro. O objetivo passa por bater o recorde nacional da meia-maratona, mas há uma ambição ainda maior. “Isto é um caminho em que o grande objetivo é preparar-me para a maratona que vou fazer brevemente, no outono”, avançou à Lusa. “Quero fazer uma para me qualificar para os Jogos Olímpicos Paris 2024”, acrescenta.
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