O cão da raça boxer que representou pela primeira vez na história Portugal num campeonato do mundo de desporto canino sagrou-se campeão do mundo em IPO1.
Echo já tinha causado burburinho ao ser o primeiro exemplar da raça boxer na história a representar Portugal num campeonato do mundo. Agora, volta a ser alvo das atenções, depois de ter feito soar o hino nacional ao ter vencido, no passado fim-de-semana, 7 e 8 de Abril, o campeonato do mundo ATIBOX WM na modalidade e nível IPO1.
O binómio composto por João Paulino, 40 anos, e o cão da raça boxer Echo, de dois anos, são a mais recente dupla de desporto canino a subir ao pódio onde se ergueu a bandeira de Portugal e se entoou A Portuguesa. A dupla fez história no estádio espanhol El Mazo, em Haro, província de La Rioja, localidade eleita para acolher o mais importante evento de trabalho da raça.
A dupla sagrou-se campeã do nível 1 ao atingir os parciais de 99 pontos (em 100 possíveis) na disciplina de pistagem, 85 pontos na disciplina de obediência e 84 na disciplina de protecção, completando 268 pontos (em 300 possíveis).
A competição contou com cerca de três dezenas de participantes oriundos de dez países, e trouxe milhares de espectadores à cidade de Haro, que se encheu de entusiastas que quiseram assistir ao vivo às prestações dos binómios.
João Paulino, lagoense e treinador de cães e dirigente da escola de treino canino Iron Dog Algarve, fundada há um ano em meio, em Quarteira, refere que “o sonho da vida de qualquer desportista é alcançar o primeiro lugar numa competição mundial”, principalmente com “pontuações tão altas”, pelo que sublinha, “fiz de tudo para representar Portugal com a máxima dignidade e humildade”.
Echo iniciou o treino na modalidade aos dois meses de vida
Echo de apenas dois anos e meio iniciou o treino na modalidade “aos dois meses de vida. Desde então, o treino é diário e ele adora. Somos uma equipa muito unida, inseparável, e um binómio sempre pronto para trabalhar”, refere.
Echo tornou-se no último fim-de-semana, um dos mais jovens cães de sempre a participar e a vencer esta competição mundial.
Sobre a utilização da raça para desporto canino o instrutor canino realça que “infelizmente não é comum vermos cães da raça boxer em Portugal a praticar esta modalidade embora ainda sejam considerados uma raça de trabalho! Estamos a lutar para mudar esse paradigma e inspirar mais pessoas a iniciarem-se nesta modalidade, seja qual for a raça do cão. Continuaremos a fomentar a modalidade no Algarve, principalmente agora, após este reconhecimento internacional do nosso trabalho. Vencer uma competição desta dimensão e importância é a única forma de provarmos a qualidade do trabalho que desenvolvemos. No entanto, queremos manter-nos discretos e continuar o trabalho sério que temos desenvolvido até aqui, sem deslumbramentos”.
João Paulino salienta ainda que “em breve será lançado um conjunto de iniciativas na região do Algarve que visam informar, sensibilizar e direccionar o público para a prática desta e outras modalidades de desporto canino”, pois tal como os humanos “também os cães necessitam de se exercitar e serem estimulados para uma melhor qualidade de vida”.