O Arouca e o Farense empataram este domingo 2-2, com constantes sobressaltos para as duas defesas, nomeadamente no segundo tempo, que deixou o desfecho por decifrar até aos instantes finais da partida da 23.ª jornada da I Liga de futebol.
O golo de Derick Poloni, aos 44 minutos, fez jus a uma primeira parte superior dos algarvios, enquanto Alfonso Trezza, aos 56, e Dylan Nandín, aos 67, capitalizaram um período de supremacia dos anfitriões, antes de Tomané, já aos 89, sentenciar o encontro numa igualdade.
Com este resultado, o Arouca aumenta para oito o número de jogos consecutivos a pontuar, ainda que leve três sem vencer, ao passo que o Farense consegue o primeiro ponto após quatro derrotas, mas não conseguiu triunfar em nenhum dos últimos oito.
Assim, os caseiros permanecem no 12.º posto, com 25 pontos, enquanto o Farense é 17.º e penúltimo, com apenas 16.
Ainda que a turma de Vasco Seabra viesse de um empate frente ao campeão nacional Sporting (2-2), foram os visitantes a assumir as rédeas na partida nos primeiros 45 minutos, em que os arouquenses não conseguiram qualquer remate enquadrado.
O conjunto de Faro, em cenário crítico na luta pela manutenção, mostrou vontade de dar a volta à situação e dispôs de uma grande oportunidade por Tomané, aos 41, depois de um erro de Jose Fontán num alívio que quase custou caro à sua equipa.
Já perto do intervalo, aos 44, Poloni tirou vários adversários do caminho e rematou forte para inaugurar o marcador, num excelente tento que não deixa o guarda-redes João Valido, em estreia para o campeonato na atual temporada, isento de algumas culpas.
No segundo tempo, os ‘lobos’ entraram com uma postura oposta, após o anterior aparente facilitismo, sendo dominadores ao nível de posse de bola e na criação de oportunidades.
Alfonso Trezza, aos 56, viria a fazer refletir esse momento do encontro e, na sequência de um cruzamento de Alex Pinto pela direita, conseguiu marcar ao terceiro remate, depois de beneficiar de vários ressaltos no interior da área.
Apenas onze minutos depois, os arouquenses consumaram a reviravolta no marcador, quando um alívio de Chico Lamba apanhou a defensiva do Farense descompensada, com Nandín a aparecer nas costas e, isolado, a não vacilar diante de Ricardo Velho.
O conjunto orientado por Tozé Marreco não desistiu de lutar pelo resultado e ainda viu um golo anulado a Rony Lopes, aos 73, após prolongada revisão do lance no videoárbitro, que detetou um fora de jogo a Tomané no decurso da jogada.
Porém, seria o próprio Tomané a estabelecer o empate final, aos 89, a partir de um pontapé de canto, em que surgiu solto de marcação, a cabecear para o fundo das redes.
A dezena de minutos concedidos pelo árbitro André Narciso para lá do tempo regulamentar foram intensos, de um jogo partido por dois conjuntos inconformados com a igualdade, e Nandín quase ‘bisou’, ao ver o seu ‘chapéu’ ser cortado em cima da linha de golo, aos 90+10, mas o resultado manteve-se.
Declarações após o jogo Arouca – Farense (2-2), da 23.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio Municipal de Arouca, em Arouca:
– Vasco Seabra (treinador do Arouca): “A primeira parte foi uma situação surpreendente para todos nós, até pela sequência que vínhamos a produzir, de já há muitos jogos para cá. Tivemos uma entrada muito pouco proativa, com uma dimensão diferente daquela que temos capacidade para dar. Ficámos tristes com isso, mas corrigimos na segunda parte.
A equipa melhorou de forma total, da primeira para a segunda parte. A verdade é que as seis oportunidades claras para marcar na segunda parte demonstram o que poderíamos ter feito durante todo o jogo. Faltou-nos finalizar o jogo para o nosso lado. Fazemos mea culpa por aquilo que não fizemos na primeira metade. Este empate serve-nos de penalização.
Mudámos as características dos jogadores com as substituições e procurámos outras coisas do jogo. Explorámos mais a profundidade. Mas, essencialmente, a nossa conversa ao intervalo esteve assente em relembrar aos jogadores o que somos e os nossos valores. Se há coisa que nós fazemos todos os dias, enquanto equipa, é competir, sermos exigentes uns com os outros.
Esta liga é muito dura e competitiva. Nós temos de lutar muito para conseguir pontos e vitórias. Estarmos numa sequência de oito jogos invictos merece crédito. Mas, ao mesmo tempo, fica esse dano de frustração nestes três jogos de termos sofrido nos minutos finais ou falhado golos. É sinal de que temos ainda um bocadinho mais para plantar, de forma a colher à frente”.
– Tozé Marreco (treinador do Farense): “A primeira parte foi claramente toda nossa e o início da segunda parte também, onde poderíamos ter matado o jogo. Deveríamos ter feito mais golos, mesmo tendo feito dois fora de casa, fizemos 15, 16, 17 remates. Não o conseguimos fazer e depois, na última meia hora, o Arouca chegou-se mais à frente e, com a pouca sorte que temos tido, acabámos por empatar.
Tivemos um golo anulado, depois de um outro golo que deveria ter sido anulado e depois de uma série de situações, mas a equipa está aqui para a luta até ao final. Estamos com pouca sorte em algumas coisas, mas estamos fortes. Apesar de algumas circunstâncias nesta época, os rapazes nunca ficaram de cabeça baixa.
Há coisas que nos estão a fugir do controlo, coisas que não conseguimos controlar porque não partem de nós e não são nossa responsabilidade. Mas nada a apontar aos rapazes, que continuam a trabalhar no limite. Vamos ver o que a jornada diz. Se ganhámos um ponto ou se perdemos dois… Será conforme os outros resultados, porque isto vai ser até final e qualquer ponto pode ser decisivo.
Muita gente que está no futebol não tem noção do que representa este clube. A minha carreira como jogador não foi grande coisa, como treinador também não é ainda, mas nunca estive num clube assim. É impressionante o apoio diário que temos. Eu ando pelas ruas de Faro e sei bem do apoio que temos. Os adeptos vão ser decisivos”.
Leia também: Viu um capacete no chão na berma da estrada? Descubra o que significa e o que deve fazer