O Farense ascendeu este sábado, provisoriamente, ao sétimo lugar da I Liga portuguesa de futebol, ao vencer em casa o Gil Vicente por 1-0, em encontro da 16.ª jornada da prova.
Vítor Gonçalves, já nos descontos, aos 90+1 minutos, apontou o golo dos algarvios, que acabaram com uma série de quatro jogos sem ganhar.
O conjunto comandado por José Mota passou a somar 21 pontos, enquanto o Gil Vicente, que tinha acabado na última ronda com uma série de sete jogos sem vencer, manteve-se com 15, ainda acima dos lugares de descida.
Comentário: Farense provisoriamente em sétimo ao vencer Gil Vicente
O Farense voltou este sábado às vitórias, ao bater o Gil Vicente por 1-0, graças a um golo do suplente Vítor Gonçalves no primeiro minuto de descontos, em jogo da 16.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol.
No final de um jogo muito equilibrado, em que houve ocasiões de golo para os dois lados – os algarvios atiraram uma bola à trave, mas Ricardo Velho somou três defesas decisivas –, o tento do médio, aposta de José Mota a partir dos 63 minutos, ‘caiu do céu’ após um lance infeliz dos gilistas.
O Farense, que pôs fim a uma série de quatro jogos sem ganhar, saltou para o sétimo lugar, com 21 pontos.
Já o Gil Vicente, provisoriamente 14.º classificado, com 15 pontos, soma 14 derrotas consecutivas como visitante na I Liga, oito delas já nesta temporada, numa série que se prolonga desde o triunfo sobre o FC Porto (2-1) no Estádio do Dragão, em 26 de fevereiro de 2023.
Fran Delgado e Fabrício Isidoro voltaram à titularidade, nas duas mudanças registadas nos algarvios face ao desaire (4-0) em casa do Estoril Praia, enquanto Martim Neto foi única a novidade nas escolhas iniciais dos gilistas em relação à vitória (1-0) sobre o Boavista.
Com o Farense em ‘4-3-3’ e o Gil Vicente em ‘4-2-3-1’, os primeiros minutos revelaram um jogo ‘partido’, com Belloumi, aos oito minutos, e Baturina, aos 10, a gerarem ameaças junto das duas balizas.
A primeira grande ocasião de perigo surgiu aos 15 minutos, após grande lance individual do extremo Félix Correia, que à esquerda ultrapassou Fran Delgado e Gonçalo Silva e, já na área, rematou para uma ‘mancha’ perfeita de Ricardo Velho.
O Farense mostrava-se longe dos níveis exibicionais já vistos esta temporada no seu estádio – algumas das suas figuras principais estão em clara quebra – e só de bola parada é que conseguia criar relativo perigo, sem pôr Andrew à prova, nomeadamente num cabeceamento muito torto de Muscat (20 minutos), sozinho na área após livre de Marco Matias.
Num jogo equilibrado, os minhotos carrilavam a maior parte do seu futebol pela esquerda, onde Kiko Pereira, aos 25 minutos, descobriu Baturina na área, mas o remate à meia volta do avançado croata foi travado por nova valiosa intervenção de Ricardo Velho.
O ritmo de jogo baixou após a meia hora, com Cláudio Falcão a desperdiçar a melhor oportunidade para a formação de Faro na primeira parte ‘em cima’ do intervalo, aos 45 minutos, num cabeceamento à barra após cruzamento de Mattheus Oliveira.
A segunda parte não trouxe alterações ao rumo equilibrado do jogo, com os dois conjuntos a dividirem as investidas ofensivas: o Gil Vicente conseguia definir mais jogadas em jogo corrido e os algarvios recorriam mais vezes às bolas paradas.
Muscat somou dois cabeceamentos muito perigosos, aos 51 e 71 minutos, e Ricardo Velho salvou novamente a sua equipa, parando um remate de Zé Carlos após boa combinação coletiva gilista, aos 63, enquanto Murilo chegou tarde a um cruzamento rasteiro de Fujimoto, aos 79.
No primeiro minuto de descontos, Elves Baldé centrou da direita e Zé Carlos, de forma infeliz, cortou a bola em direção da própria baliza, com Andrew a defender sobre a linha em primeira instância, mas a não conseguir evitar o desvio fácil de Vítor Gonçalves para a baliza vazia, na estreia a marcar do médio no campeonato.
Declarações após o jogo Farense-Gil Vicente
– José Mota (treinador do Farense): “Quando se ganha, até parece que as coisas são diferentes. Por muita experiência, por muito que passemos este tipo de situações, é claro que quando se vence nos instantes finais do desafio tem um sabor muitas vezes especial.
Mas este jogo nunca foi fácil, nunca foi tranquilo, por mérito do Gil Vicente, que tem realmente bons jogadores, que tem boa equipa, que está muito bem organizada, o que torna esta vitória ainda mais interessante e mais importante.
O jogo começou com uma toada mais positiva do Gil, sempre com mais bola, jogou sempre mais no bloco ofensivo. Penso que não estivemos muito bem na forma como devíamos pressionar os médios interiores do Gil, eles aí superiorizaram-se um pouco no meio-campo, sem criar grandes oportunidades.
Mas é claro que, duas ou três vezes, o [Ricardo] Velho teve belíssimas intervenções, mas nós também tivemos algumas chances de golo, com aquele remate à barra do [Cláudio] Falcão.
Ao intervalo, as coisas estavam mais ou menos divididas em termos de oportunidades e o resultado era justo. A questão da justiça vale o que vale. Acabámos por fazer um golo, é justo. Na semana passada, sofremos quatro [golos] em quatro oportunidades do Estoril [derrota por 4-0] e criámos seis oportunidades, se calhar mais flagrantes.
Na segunda parte, fomos mais capazes, mais equipa e as alterações produzidas deram outra velocidade e outra alegria ao nosso jogo, mais consistência”.
– Vítor Campelos (treinador do Gil Vicente): “Quando o guarda-redes do Farense [Ricardo Velho] é eleito o melhor jogador em campo, acho que quer dizer muito daquilo que aconteceu durante este jogo.
Entrámos bem no jogo, controlámos o jogo sempre, [à exceção de] uma ou outra situação de transição do Farense e sobretudo nos lances de bola parada a causarem-nos algumas situações de intranquilidade.
No jogo jogado, estivemos sempre por cima, criámos oportunidades mais do que suficientes para ganhar o jogo, o [Ricardo] Velho mais uma vez dá pontos ao Farense e, depois, num lance de alguma infelicidade, acabamos por sofrer o golo que dita a vitória do Farense.
Resumindo, acho que foi um resultado injusto por aquilo que aconteceu durante os 90 minutos, num detalhe que não pendeu a nosso favor e deu a vitória ao Farense. Preparámos bem o jogo, conseguimos entrar muitas vezes no último terço, criar oportunidades flagrantes de golo e, por isso, acho que o resultado deveria ter sido outro, o que infelizmente não aconteceu, mas os jogadores acabaram por fazer um bom jogo.
Faltou marcar as oportunidades flagrantes que tivemos e, depois, tem surgido um ou outro detalhe, porque acaba por ser num lance fortuito que o Farense chega ao golo, num lance que nada previa, ou que aparentemente não podia causar perigo, um erro não forçado. Às tantas, é um bocadinho isto que tem acontecido: fazemos bons jogos, mas os resultados não têm acompanhado a qualidade de jogo”.
Jogo no Estádio de São Luís, em Faro
Farense – Gil Vicente, 1-0
Ao intervalo: 0-0
Marcador:
1-0, Vítor Gonçalves, 90+1 minutos.
Equipas:
– Farense: Ricardo Velho, Fran Delgado, Gonçalo Silva, Muscat, Talocha, Cláudio Falcão, Fabrício Isidoro (Rafael Barbosa, 76), Mattheus Oliveira (Vítor Gonçalves, 63), Belloumi (Rui Costa, 76), Marco Matias (Elves Baldé, 63) e Bruno Duarte (Cáseres, 89).
(Suplentes: Luiz Felipe, Artur Jorge, Cáseres, Elves Baldé, Rafael Barbosa, Talys, Rui Costa, Cristian Ponde e Vítor Gonçalves).
Treinador: José Mota.
– Gil Vicente: Andrew, Zé Carlos, Gabriel Pereira, Rúben Fernandes, Kiko Pereira, Mory Gbane, Martim Neto (Castillo, 90+4), Murilo, Maxime Dominguez (Fujimoto, 60), Félix Correia (Marlon Douglas, 72) e Baturina (Miro, 60).
(Suplentes: Brian Araújo, Né Lopes, Castillo, Tidjany Touré, Fujimoto, Marlon Douglas, Roan Wilson, Leonardo Buta e Miro).
Treinador: Vítor Campelos.
Árbitro: José Bessa (Porto).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Zé Carlos (44), Maxime Dominguez (50), Cláudio Falcão (83) e Talocha (85).
Assistência: 4.437 espetadores.
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