A Associação Algarve ao Vivo vai apresentar “Roer o Silêncio” no dia 10 de março, pelas 21:30, no IPDJ em Faro. O espetáculo junta em palco Sara Martins, Cláudia Tomé Silva, Ana Simon e Lady N, numa noite de poesia, música e vídeo.
A “Associação Algarve ao Vivo” tem como fim a organização, promoção e divulgação de eventos e atividades culturais, recreativas, desportivas, musicais e literárias. O desenvolvimento e promoção de artes performativas. assim como a promoção e divulgação do património histórico, cultural e ambiental da região do Algarve.
Sara Martins, de 26 anos, tem Monchique nas raízes e o sossego da serra no olhar que lhe despertaram a criatividade vai apresentar a performance “O Esculpir da Sombra”
O primeiro livro “No Avesso das Horas” (Epopeia Books,2019). Participou na coletânea poética “O Eco dos Pássaros”, 2021, e na antologia bilíngue “Tras los Claveles”, em 2022.
No campo performativo, apresentou o espetáculo poético “No Avesso das Palavras”, em 2020, com o autor Tiago Marcos, seguindo-se a performance individual, “O Esculpir da Sombra”, em 2021.
Sobre a performance “O Esculpir da Sombra”
Entre o sabor do silêncio e a ânsia da saudade, mora a sombra. Esse lugar sombrio, é casa. É o olhar inverso sobre nós mesmos, é a condição de estarmos vivos, então, não tenhamos medo de mergulhar na sombra. A dor é bela e faz-nos sentir. Se a olharmos de frente, encararemos uma pedra, disforme, por esculpir. Esculpam a sombra e descubram que a materialização dos medos, são fonte de luz.
Dar oportunidade à poesia, é dar oportunidade à apreciação, à sensibilidade e ao sentido das paisagens pintadas com palavras. Levantemos-lhe o véu, cruzando textos com sonoridades e luz, e descobriremos que “dentro duma gaiola descoberta, não existe espaço maior que o breu”.
Cláudia Tomé Silva nasceu em 1975, exatamente nove meses depois da Revolução dos Cravos. Natural de Faro, residente no Algarve, licenciada em Jornalismo e amante da palavra vai apresentar a performance “Emoções Bárbaras”.
Ter nascido e crescido numa seita sobre a qual não pode ter real poder de escolha, durante muito tempo, marcou intensamente a sua identidade. Escrever poesia sempre foi uma forma terapêutica de lidar com as emoções. Bárbaras.
Guardou os poemas escritos na adolescência e durante cerca de vinte anos a poesia permaneceu na gaveta. Seis anos depois de ter sido mãe de gémeos, e no meio de uma nova crise identitária, voltou a encontrar na escrita uma forma de catarse e superação.
Fez dois cursos de teatro nos anos de 2014 (Sincera) e 2015 (ArQuente).
Participou em workshops, performances, eventos poéticos e poetry slams no Algarve, em Setúbal e em Almada, desde 2017.
O seu primeiro livro de poesia “Emoções Bárbaras” foi editado em 2021, pela Epopeia Books. Com prefácio de Nuno Gomes, o volume de 162 páginas aborda a relação visceral com as emoções num traço autobiográfico.
Em março de 2022 estreou em Tavira, na Biblioteca Municipal Álvaro de Campos e a convite da Casa Álvaro de Campos, a sua primeira performance poética, totalmente criada e produzida por si, também com o mote “Emoções Bárbaras”.
Desde maio de 2022 tem uma rubrica semanal na RUA – Rádio Universitária do Algarve, chamada P de Poesia, com poemas autorais musicados, onde também faz, integralmente, a edição da mesma.
Sobre a performance “Emoções Bárbaras”
Um ser num avançado estado de evolução pede ao seu mestre para regredir porque sente falta de viver as emoções e sensações bárbaras, como fome, frio, prazer, medo e saudade. Uma viagem ao mundo psíquico, carnal e visceral do ser humano, numa performance poética com banda sonora. Poemas de: Cláudia Tomé Silva, Rainer Marie Rilke, Jim Morrisson, Leonard Cohen, Armando Correia e Cláudia Sampaio.
Ana “Simon” Simão nasceu em 1998 (Faro). Licenciada em Artes Plásticas e Design, com bolsa de mérito atribuída pela Fundação Joana Vasconcelos, na Universidade de Évora. (2020) Prosseguindo um Mestrado em Artes Plásticas na ESAD, Caldas da Rainha. (2022)
Vencedora regional de Loulé a participar na competição a nível nacional do 8’ Portugal Slam, 2022. Tendo feito apresentações do seu trabalho nas categorias de Palavra Falada e SlamPoetry em galerias, escolas, espaços culturais, festivais e eventos. Dinamizando trabalhos artísticos em instituições de ensino e de combate à pobreza até à atualidade. Ana vai apresentar a performance “Áspero”.
Sobre a performance “Áspero”
“Honestamente, esta palavra soa desonesta. Porque se a fala a necessita, é uma exclamação que tudo anterior dito teria réstias de encobrimentos em bons modos.” A performance “Áspero” é uma colectânea de poemas, trata-se de um diálogo cirúrgico numa afirmação anti-herói e anti-poeta, a aceitação de ser uma pessoa mundana ridiculamente banal, porque ser especial não existe. Especial não existir é bom, não haver experiências únicas é sinal que nunca iremos estar sozinhos. Dissecando um esclarecimento face a uma época de 180graus de vida, contando episódios, histórias e estórias que oferecem uma perspectiva despida de “passarinhos e grinaldas” com atenção às falhas, pensamentos intrusivos humanos em alguns aspectos mais grotescos e crus assim como empatia por força peculiar. Abre-se espaço a verbalizar o que todos podem pensar, mas em bons modos, sejamos francos, esse tipo de coisas não se deve dizer. Não fica bem.
Lady N, MC é algarvia, mais precisamente de Portimão. Lançou em 2012 o seu primeiro trabalho “Ponto de Partida” pela editora Kimahera, contudo, a artista afirma-se em 2004, onde colabora com Spell em “Só Compreende Quem Sente”.
Contribui para “Komédia Sarkástica” de Spell e Gi Joe em 2008 e assina o seu nome na mixtape “De Volta ao Serviço” do Dj Cruzfader em 2009 e em “Palavra de Músico” de Gi Joe em 2010. Participa em 2017 na primeira mixtape do coletivo Hellas, em 2018 Lança “Estados de Alma” de uma forma independente e em formato físico. Posteriormente a produtora Algarvia INTEMPORAL colabora com a MC na produção dos video Clips extraídos do ep “Estados de Alma”.
Em agosto de 2020 dá voz a uma das canções “À Moda Quarteirense” do movimento sou Quarteira sob as orientações de Dino D’ Santiago, Holly e Fantasma Grame.
Dá o seu contributo para o colectivo Hellas, editou o seu ep “Eu Reflectido” em maio de 2022 e fará a ponte com o seu próximo álbum A.M.O.T.E