O Festival MED está de regresso à Zona Histórica de Loulé, de 26 a 29 de junho, com muita e boa música, um programa multidisciplinar e multicultural e um ambiente onde se respiram as vivências de vários países, informou a autarquia em comunicado.
O evento voltou a marcar presença na BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market para uma apresentação ao público, parceiros e potenciais mercados turísticos. Os primeiros nomes que vão fazer parte do cartaz foram anunciados neste momento, bem como o país que vai estar em foco este ano.
Depois de, em 2024, Marrocos ter iniciado um novo capítulo do festival – o “País Convidado” –, será Cabo Verde a estar em destaque nesta 21ª edição do MED.
Como tal, para trazer o que de mais genuíno este país tem para oferecer, vai ser recriado um Pátio, símbolo da cultura cabo-verdiana e que faz parte da arquitetura tradicional das ilhas. Local de encontro para a família e vizinhos, aqui realizam-se festas, reuniões e atividades do dia a dia, sendo uma das áreas de destaque a cozinha ao ar livre. É este espírito comunitário que o MED pretende trazer ao Claustro do Convento Espírito Santo, onde gastronomia e artesanato se vão misturar com as sonoridades quentes de Cabo Verde.
A música deste país vai, por isso, estar em foco no cartaz do MED, desde logo através da presença de Carmen Souza, que vai fazer um show-case no Cineteatro Louletano, a 10 de maio, durante a apresentação final do Festival MED. Cantora luso-caboverdiana, batizada pela imprensa internacional como a “Ella Fitzgerald de Cabo Verde” ou a “nova Cesária Évora”, combina uma virtuosa técnica vocal jazzística com uma série de influências lusófonas, que vão do fado ao samba, da morna à bossa nova, incluindo baladas agridoces ou o ‘blues cabo-verdiano’. É hoje uma personalidade forte da world music e uma das cantoras de jazz de mais sucesso.
Ceuzany é a artista que fará o concerto inaugural, ainda antes do festival abrir oficialmente as portas, na noite de 25 de junho, no Palco Castelo. Nascida no Senegal, filha de pais cabo-verdianos, com dois anos de idade foi viver para o Mindelo. Foi vocalista do Cordas do Sol, grupo que deixou em 2013, ao iniciar a carreira a solo. O sucesso fez-lhe merecer inúmeras nomeações nos Cabo Verde Music Awards e vencer os prémios de melhor música tradicional e melhor intérprete feminino, em 2017.
Os Ferro Gaita regressam ao MED. Embaixadores do funaná, são uma das maiores instituições musicais de Cabo Verde. Trazem a sua terra na alma e o ritmo no coração e, uma vez mais, levam à Zona Histórica de Loulé toda a festividade e riqueza musical de África.
Num concerto especial, o músico Dino D´Santiago junta-se aos icónicos Os Tubarões, sem a menor sombra de dúvida, um dos maiores emblemas musicais de Cabo Verde e um dos grupos mais representativos da música deste país no período de transição rumo à independência e democracia. Autênticas lendas espalharam por uma, hoje muito celebrada, discografia algumas das mais importantes peças do cancioneiro de um país que continua a inspirar o mundo, com as suas mornas, coladeiras e funaná. Dino, filho do concelho de Loulé dispensa apresentações pelo que é hoje não só em termos musicais, mas também como ativista pelas causas sociais, estando envolvido em vários projetos ligados à equidade e igualdade social. Este desafio lançado pela organização do MED ao músico quarteirense está já a suscitar interesse para a realização de novos concertos.
Mas haverá também a apresentação de um livro, uma conferência e duas exposições de arte com artistas cabo-verdianos. Em abril, o MED vai estar no Centro Cultural de Cabo Verde, em Lisboa, para apresentar todo este programa.
O presidente da Câmara de Loulé destacou a presença deste país com quem Loulé mantém uma relação muito estreita, fruto da geminação com o município da Boavista celebrada em 2000, e da forte comunidade residente no concelho. “Cabo Verde habituou-nos a mostrar ao mundo a sua cultura vigorosa, a sua criatividade musical, e tenho a certeza que esta edição vai correr muito bem! Quero arriscar dizer que vai ser a edição com mais afluência e interesse de sempre”, afirmou Vítor Aleixo.
Primeiros 25 nomes conhecidos
Em 2025, o MED conta com 90 horas de música, 54 concertos, 338 músicos, 27 nacionalidades, 2 delas novas (Porto Rico e País de Gales), 12 palcos, 100 expositores de artesanato, 2 exposições de arte, 12 grupos de artistas de rua e 1 país convidado, Cabo Verde.
Além dos artistas de Cabo Verde, destacam-se outros espetáculos que se prevê venham a gerar grande interesse da parte do público. Em mais um concerto especial, Espanha e Portugal juntam-se em palco pelas vozes de Sílvia Pérez Cruz e Salvador Sobral. Este será um momento imperdível, com uma das melhores cantoras que nuestros hermanos nos ofereceram nas últimas décadas, espírito inquieto, curioso, hiperativo; Silvia vai estar em Loulé pela terceira vez para partilhar o palco com Sobral, o primeiro vencedor português da Eurovisão, em 2017, com “Amar pelos Dois”, cantor e compositor que, com um estilo muito próprio, tem já uma carreira recheada de prémios.
O fado não podia faltar no alinhamento musical do MED e este ano terá um “peso pesado”: Carminho! Artista incomparável, conhecida pela sua voz marcante, talento, composição e dedicação artística inabalável, tem levado o fado aos quatro cantos do mundo e um dos exemplos disso mesmo foi a participação no filme “Pobres Criaturas”, com a música “O Quarto”, película vencedora do Óscar de Melhor Banda Sonora Original em 2024.
Esta edição conta ainda com duas encomendas com artistas nacionais: O Gajo & As Sanfonas da Ponte Velha, que junta o português João Morais, músico que deu uma nova roupagem à viola campaniça, e um grupo de sanfonas de Santo Tirso que nos traz música tradicional de Portugal e da Galiza; e Stereossauro convida Ana Lua Caiano e Pedro Joia, encontro entre o DJ português, a doçura de uma das vozes femininas da nova geração da música portuguesa e o virtuoso guitarrista.
Filho do mítico Ali Farka Touré, Vieux Farka Touré conquistou rapidamente o seu lugar no mundo artístico e é hoje considerado pela crítica como uma das grandes figuras da música do Mali. Vieux Farka Touré, virtuoso guitarrista, compositor e letrista, conhecido como o “Hendrix do Sahara” sobe ao palco do MED nesta 21ª edição.
De Trindade e Tobago vem uma das vozes femininas deste festival. Jeneile Osborne, mais conhecida como Queen Omega, iniciou a carreira musical a cantar em bandas de calipso e soca, mas foi no universo reggae que se afirmou. Ganhou popularidade, em 2023, depois da sua música “No Love Dubplate” com o DJ/produtor musical suíço Little Lion Sound a ter mais de 38 milhões de visualizações no Youtube.
De referir que em 2025 serão dois países que terão, pela primeira vez, um representante no Festival MED: Porto Rico, com a cantora e compositora iLe, e País de Gales, com Cerys Hafana, harpista que transforma música tradicional do país em algo inovador.
Durante a apresentação na BTL, esteve um dos nomes confirmados nesta edição, a cantora e compositora portuguesa Milhanas. “Andava a chatear a minha agência para participar neste festival há já muito tempo. É um festival mesmo especial, que aposta na diversidade e, por isso, vou levar-vos um concerto o mais especial possível. Estou muito grata e honrada por fazer parte do cartaz deste ano”, disse a artista que manifesta “muito amor pela portugalidade, sem negar as influências anglo-saxónicas”.
Os primeiros nomes já confirmados no Festival MED’25 são: Ferro Gaita, Dino D´Santiago & Os Tubarões (Cabo Verde), Ceuzany (Cabo Verde/Senegal), Carminho, a garota não, Valter Lobo, Stereossauro convida Ana Lua Caiano e Pedro Joia, O Gajo & As Sanfonas da Ponte Velha e Milhanas (Portugal), Sílvia Pérez Cruz e Salvador Sobral (Espanha/Portugal), Systema Solar (Colômbia), Vieux Farka Touré (Mali), Barrut (França), Balqeis (Egipto), Fulu Miziki (República Democrática do Congo), Ile (Porto Rico), Sofian Saidi (Argélia), Justin Adams & Mauro Durante (Reino Unido/Itália), Cerys Hafana (Pais de Gales), Shkoon (Síria /Alemanha), Alain Pérez y la Orquesta (Cuba), Paulo Flores (Angola), Tarwa-N-Tiniri (Marrocos) e Queen Omega (Trindade e Tobago).
NAS 20 EDIÇÕES JÁ PASSARAM PELO MED MAIS 380 MIL VISITANTES E 710 BANDAS, EM REPRESENTAÇÃO DE 77 PAÍSES
O MED continua a contar com o apoio da RTP, através da televisão e da rádio pública. Presentes nesta apresentação, os diretores, Gonçalo Madaíl e Nuno Galopim, reafirmaram esta parceria e sublinharam que, em 2025, as duas equipas estarão em Loulé com mais meios e novas tecnologias, para levar o MED a todas as partes do mundo. O envolvimento da RTP África e RDP África está também assegurado.
Os bilhetes já estão em pré-venda, até ao dia 22 de junho, com preços reduzidos: Bilhete Diário 10 euros, Bilhete Festival 30 euros e Bilhete Família Diário 35 euros.
O vereador dos Eventos, Carlos Carmo, referiu ainda alguns dados sobre um estudo realizado pela Universidade do Algarve sobre o impacto socioeconómico do Festival MED. “O impacto do MED na nossa comunidade multiplica-se por 3,5 vezes aquilo que é o investimento São 4,5 milhões de euros de retorno para a nossa economia, que nos dá a certeza de que estamos no caminho certo!”, adiantou.
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