O POSTAL marcou presença no jantar vínico realizado no passado dia 21 e ‘provou’ a sinergia harmoniosa à mesa proporcionada pela relação entre a loja e distribuidora “Brito Garrafeira”, o restaurante “Mercearia da Aldeia” e o produtor “João Tique – Vinhos”.
O jantar foi marcado por uma gastronomia portuguesa de qualidade aliada a uma fantástica seleção de vinhos: Bellus Rosé, Suavis Tinto, Suavis Syrah, Cultus Tinto, Bellus Tinto, que proporcionaram um memorável momento.
O restaurante “Mercearia da Aldeia” que recebeu este evento, localiza-se em Santo Estevão, Tavira, é caracterizado, por quem o visita, como tendo uma excelente comida caseira, um leque imenso de bons vinhos e um atendimento de qualidade.
Das novas iguarias da Mercearia da Aldeia, que fazem parte do menu deste ano e que estão à disposição dos clientes, sobressaem as saladas de quinoa e a de bulgur, sem esquecer a “tábua de broas” composta por tomate seco e azeitonas, amendoim e gila, passas e nozes, maçã e canela, amêndoa e figo simples, alfarroba, chouriço de frango e por fim, chocolate e nozes.
Uma das caras deste jantar foi João Tique, produtor de vinhos e parceiro da Garrafeira Brito que caracteriza a sua produção como artesanal. Os vinhos posicionam-se numa faixa média-alta e são apenas produzidas 10.000 garrafas por ano. A vinha é sustentável e ecológica, com a enologia de intervenção mínima. Os vinhos são naturais, sem aditivos e com um mínimo de sulfitos, vocacionados para um público jovem, consciente, ecológico, ávido por diferenciação, indiferente a marcas, mas sensível ao processo produtivo e sobretudo à experiência degustativa.
Os vinhos produzidos por João Tique caracterizam-se por serem de uma elevada “pureza”, por terem uma identidade singular que “agrada aos sentidos” e ainda pela sua imagem bastante marcada. São vinhos artesanais realmente diferentes, “sem maquilhagens”.
“O meu bisavô, avô e pai já vendiam vinhos”
O POSTAL conversou durante o jantar com Pedro Brito, sócio gerente da loja e distribuidora Brito Garrafeira, localizada em Almancil, que conta entre outros vinhos, com alguns do produtor João Tique no seu portfólio. A empresa existe há 72 anos, desde 1951. Pedro começa por contar que “atualmente somos a quarta geração a assumir com alma o legado deste negócio familiar. Não é uma empresa muito grande, mas já tem alguns anos de mercado. O meu bisavô, avô e pai já vendiam vinhos. Todos têm essa ligação ao mercado do Algarve na venda de vinhos e medronhos”.
A Garrafeira sente-se orgulhosa porque tem “um portfólio pensado em cada cliente, fruto de um trabalho contínuo de pesquisa de pequenos e médios produtores, de norte a sul do nosso país, riquíssimo em palatos, aromas, sensações e néctares vínicos”.
Quando questionado do como e do porquê da ligação com o produtor João Tique, Pedro Brito revela: “Nós temos bastante diversidade de vinhos e de outras coisas no nosso portfólio, mas achámos que havia [no mercado] uma procura para um tipo de vinho mais natural, mais autêntico e então decidimos apostar também nestes vinhos que até à data eram uma falha no nosso portfólio, acreditamos que há no mercado uma crescente procura deste tipo de ‘vinhos raros'”.
A distribuição é feita no Algarve com vinhos provenientes de norte a sul do país. A escolha dos produtores é feita consoante a existência de uma mais-valia para o portfólio da Garrafeira.
Beber menos, mas melhor
O mercado algarvio de vinho, nas palavras do próprio, encontra-se “cada vez mais a procurar conhecer vinhos diferentes”, o que se reflete num “crescimento bastante bom este ano para a nossa empresa, fruto em boa parte da nossa aposta em produtores novos e deste aumento da procura que se caracteriza pela tendência de procurar produtos de qualidade. Não é por isso estranho que cada vez se vendam vinhos mais caros. As pessoas começam a preferir beber menos, mas melhor, do que mais e sem tanta qualidade”
‘Um vinho de qualidade tem de ser um vinho mais velho’, ideia que é partilhada por uma boa parte da população, mas que não é necessariamente verdade: “há vinhos mais novos que têm muita qualidade. Um vinho de qualidade não tem de ser aqueles [vinhos] de reserva, como antigamente. É entendido no nosso país que vinho bom é vinho com muita madeira e muitos anos, mas não tem de ser esse o paradigma”.
Ao convite, o POSTAL espera que mais iniciativas como esta se realizem, sendo ou não convidado.