A Casa dos Poetas – Festival Bilingue Anglo-Lusófono, vai realizar-se no próximo dia 20 de maio, entre as 10:00 e as 21:00, no Café Inglês, em Silves. Trata-se de um festival colaborativo organizada por Peter Pegnall, Sarah Greenwood e Cobramor, autores bilíngues locais, em parceria com a associação cultural CAL. O evento realiza-se também em Lisboa e Brighton.
É idealizado por poetas que escrevem em inglês, português e francês. É também uma homenagem à rica pulsação poética da região algarvia, às suas raízes mouriscas, à sua vivacidade cosmopolita actual assim como uma forma de ligação à cultura anglo-saxónica da região e do mundo.
O festival consiste em oficinas de redação e tradução, um simpósio sobre tradução e transliteração de versos e apresentações públicas.
O espaço central é o Café Inglês, aninhado junto à Sé Catedral e por baixo do castelo, mas toda a cidade estará repleta de poemas e fervilhante de conversas. Parte do objetivo do festival é contribuir para a aproximação entre a comunidade de língua inglesa (nativa ou como segunda língua) e a comunidade portuguesa através de incentivos culturais.
Silves, para além das razões históricas e geográficas, é não só o local perfeito como beneficiará financeira e culturalmente do evento uma vez que contribuiria para tornar a cidade o centro da comunidade literária bilingue num evento único.
Os participantes contemporâneos incluíram Simon Armitage, atual Poeta Laureado da Grã-Bretanha; Manuel Portela, Professor de Letras em Coimbra; Landeg White, poeta e tradutor premiado de Camões; o poeta e prisioneiro de consciência Jack Mapanje; Lesley Saunders, poetisa e tradutora de Maria Teresa Horta; Peter Pegnall, poeta e jornalista; Manuel Neto dos Santos, poeta e dramaturgo… a lista estende-se ao crepitar da desgraça, ou deleite! Também inclui nomes que ainda não conhecemos.
A missão é conectar, desfocar fronteiras sem minar as identidades individuais.
O Festival é realizado há 14 anos, com uma pausa entre 2005 e 2015. Agora está volta e “com expetativa de pelo menos mais 14 anos”, afirma a organização.
Sobre os participantes
Peter Pegnall publicou seis colecções completas de poesia, 5 com a Lapwing Press e uma com a Blackwater Press. Escreve obituários para The Guardian e The Daily Telegraph, críticas teatrais para o Catholic Herald, críticas de poesia para Poetry Ireland, The London Magazine e Ploughshares. É Director Fundador de A Casa dos Poetas, o primeiro Festival de Poesia genuinamente colaborativo a ter lugar no Algarve, em Lisboa e em Brighton. Ensina Latim numa escola abrangente local e Escrita Criativa em todo o Reino Unido, Irlanda, França, Portugal e Estados Unidos. É um pioneiro no estudo e na prática da Poesia como um contribuinte para a saúde mental. Já se apresentou com Steve Clayton de Hawkwind e Phillp Sheppard, compositor da música para o último filme de Star Wars, Entre os seus pares contam-se Seamus Heaney, Billy Collins, Carol Ann Duffy e Simon Armitage.
Manuel Portela é professor catedrático no Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Doutorado em Cultura Inglesa pela Universidade de Coimbra (2001) e Agregado em Literatura Inglesa (2010). Foi bolseiro de pós-doutoramento da FCT no Institute for Advanced Technology in the Humanities (IATH), da Universidade da Virgínia (2008), e pesquisador visitante no Departamento de Inglês da Universidade de Maryland (2016). Tem leccionado nos cursos de licenciatura de Línguas Modernas, de Estudos Artísticos e de Ciência da Informação; e nos seguintes cursos de pós-graduação: Mestrado em Estudos de Cultura, Literatura e Línguas Modernas (Estudos Ingleses e Americanos), Mestrado em Escrita Criativa, Programa de Doutoramento em Ciência da Informação e Programa de Doutoramento FCT em Materialidades da Literatura, de que é Coordenador. Foi Diretor do Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra, entre 2005 e 2008. É investigador do Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra desde 2007, sendo o 3 coordenador do Grupo de Investigação “Mediação Digital e Materialidades da Literatura” (2014-2022 ). Foi Diretor do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas (2019-2021) e membro do Conselho Geral da Universidade de Coimbra (20162020).
Colaborou como investigador no projeto ‘PO-EX ’70-’80: Arquivo Digital da Literatura Experimental Portuguesa’ (2010-2013, CECLICO, Universidade Fernando Pessoa) e foi o investigador responsável pelo projeto ‘Nenhum Problema Tem Solução: Um Arquivo Digital do Livro do Desassossego’ (2012-2015, CLP, Universidade de Coimbra). Participou nos seguintes projetos internacionais de investigação: The Reception of British and Irish Authors in Europe (volumes sobre Laurence Sterne, 2004, e Jane Austen, 2007; British Academy e Arts and Humanities Research Council); Consórcio de Literatura Eletrônica (CELL, 2013-2015); Rede de Métodos de Humanidades Digitais nas Artes e Humanidades (NeDiMAH, 2015); DESEMPENHO. El teatro fuera del teatro. Performatividades contemporáneas en la era digital (FFI2015-63746-P) (2016-2019) e Translating Electronic Literature: A Transatlantic Program in Collaborative Digital Humanities (20172018).
É autor dos livros Literary Simulation and the Digital Humanities: Reading, Editing, Writing (Bloomsbury, 2022), Scripting Reading Motions: The Codex and the Computer as Self-Reflexive Machines (MIT Press, 2013) e O Comércio da Literatura: Mercado e Representação (Antígona, 2003). Publicou artigos de investigação em mais de três dezenas de revistas e livros internacionais (Espanha, França, Itália, Holanda, Alemanha, Grécia, Reino Unido, EUA, Canadá, Brasil, Colômbia), incluindo editoras como Oxford University Press, MIT Press, Bloomsbury Academic, Michigan University Press, Brown University Press, Indiana University Press, John Benjamins e Alliance of Digital Humanities Organizations. Coordena, com António Rito Silva, o Arquivo LdoD: Arquivo Digital Colaborativo do Livro do Desassossego (CLP, 2017-2022). Foi um dos editores gerais da revista MATLIT: Materialidades da Literatura, fundada em 2013, tendo sido responsável pela produção de 13 números (2013-2021). Curador de várias exposições de literatura experimental, incluindo (com Américo Rodrigues e José Alberto Ferreira) VisoVox: Poesia Visual e Sonora (Fundação Eugénio de Almeida, Évora, 14 de julho-30 de setembro de 2018). entre os quais, Laurence Sterne, William Blake e Samuel Beckett. Recebeu em 1998 o Grande Prémio de Tradução pela obra A Vida e Opiniões de Tristram Shandy (2 vols., 1997-98; 2ª edição, 2014). Em 2019 recebeu o “Prémio FLUC Ensino”, atribuído pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em reconhecimento pela qualidade das suas práticas pedagógicas.
Sarah Greenwood é uma poeta e tradutora que se mudou de Inglaterra para o Algarve há 17 anos. Lá criou raizes e envolveu-se em vários projetos na comunidade, entre eles A Casa dos Poetas. Também é membro activo de PELTA (Associação de Tradutores Literários de Português para Inglês) onde organiza vários workshops sob a tema de poesia e tradução, entre outros. A sua tradução da obra do dramaturgo Ricardo Neves-Neves “A Porta Fechou-se e a Casa era Pequena” ganhou um lugar no Festival Out of The Wings onde teve o seu primeiro ensaio em inglês no Omnibus Theatre, Londres, em julho de 2022. É uma apaixonada pelo Algarve, tendo trabalhado durante vários anos pela RTA e tem como a sua missão pessoal a partilha da literatura algarvia com o mundo anglófilo.
Ana Freitas Reis é poeta. Licenciada em Psicologia, doutoranda em Filosofia, área Estética. Desenvolve e coordena projectos de Psicologia e Teatro. Desde 2016 escreve semanalmente poesia para o programa de rádio Em Transe, na SuperBock SuperRock. Publicou e participou em diversas revistas em Portugal e no Brasil como Egoísta, Intro, Flanzine, Lote, Caliban, Capivara, Diversos afins, Fluir; Torquato, Ruído Manifesto, Cadernos Chão da Feira, entre outras. É coautora do projeto de residências artísticas ESPALDAR. Participou na Antologia poética de homenagem a Maria Judite de Carvalho, editada pela poética edições e na Antologia de 35 poetas portuguesas Tras los Claveles, pela Garvm. Autora do livro Cordão, editado pela abysmo e do livro Guarda-Nocturno, pela Fresca Poetria.
D.H. Machado nasceu em Lisboa no ano de 1974. Começou a escrever poesia aos 12 anos e fê-lo ao longo de toda a sua adolescência. Após os 20 anos, dedicou-se à vida académica e profissional. Em 2003, foi-lhe atribuído o Prémio Revelação Cesário Verde pela obra Dionísias: As Celebrações, escrita quando tinha apenas 19 anos.
Manuel Neto Dos Santos é poeta, actor, declamador e tradutor. Nasceu em a 21 de Janeiro de 1959. Activista cultural desde a adolescência. Nas 23 obras já editadas, espelha-se a sua essência lírica e telúrica, remetendo-nos para uma clara e marcante ascendência arábico-andalusa, nos claros sensualismo, ritmo e luminosidade narrativos.
Nos seus trabalhos de actor divulga, em prisões, escolas, bibliotecas, em monólogos, João de Deus, Bocage e al-Mutamid. Colaborador assíduo de inúmeras revistas de poesia, tanto em Portugal como em Espanha. Em reconhecimento pela sua vasta atividade literária, a Arandis Editora homenageia-o criador do Prémio Literário de Poesia Manuel Neto dos Santos, numa edição anual.
Traduziu as obras “Abissais”, de Pedro Sánchez Sanz, “Cadernos de Lisboa”, de Daniel García Florindo, “Por Detrás dos Olhos”, de Sílvia Tocco, “Seres Quebradiços”, de Rocío Hernández Triano e “Por Vezes, Quando Chove , Chega-nos o Perfume do Sal”, de Raquel Zarazaga e “Canto Crescente”.
Lesley Saunders publicou recentemente duas coletâneas de poesia – This Thing of Blood & Love (Two Rivers Press, 2022) e, com Rebecca Swainston, Days of Wonder (Hippocrates Press, 2021), um registo do primeiro ano da pandemia Covid-19. Point of Honour (Two Rivers Press, 2019), que inclui o poema vencedor do Stephen Spender award em 2016, reúne o seu trabalho de tradução da renomada poeta portuguesa Maria Teresa Horta. Trabalha com outros artistas, escultores, músicos, bailarinos e poetas. É professora convidada no instituto de educação da UCL e investigadora honorária no departamento de educação da Universidade de Oxford.
Cobramor é o pseudónimo de Hugo Filipe Lopes, escritor amaldiçoado, poeta contrariado, tradutor, editor e guerrilheiro e curador.
Licenciado em sociologia, trabalha como copywriter publicitário criativo desde 2010, paralelamente à actividade literária. É tradutor e editor na Traça Edições e programador cultural na associação cultural CAL, tendo sido o criador do Clube dos Poetas Tortos que vai na sua quarta edição.
Foi premiado no concurso Lisboa à Letra em 2004 e em 2006 obteve uma menção honrosa no concurso Textos de Amor da Casa da Imprensa. Desde então tem escrito para diversas publicações, quer nacionais, quer internacionais, desde o suplemento do jornal Público até ao Bandcamp, passando pela revista DIF, Palavrar, Mapa, Umbigo, Gerador e Vice.
Fez também traduções literárias de nomes como John Zerzan, Robert Frost, Patti Smith ou Bill Wolak. Conta com participações em diversos eventos literários, como a Feira do Livro de Lisboa ou o Festival Conexões Atlânticas.
7 É responsável pela curadoria do evento Casa dos Poetas em Silves, único festival anglo-lusitano de Portugal e colabora como o festival ConVento Levante.
Publicou o seu primeiro livro, “O Fim da Noite” em 2016 pelas Publicações Nabo e o seu mais recente trabalho, “Sol Invicto”, pela Traça Edições. Editou recentemente um livro infantil pela Toth, intitulado “O Atlas do Coração”.
Mais em www.cobramor.com
Salvador Santos nasceu em Chaves, em 1979. Vive no Algarve desde os quatro anos. Frequentou o curso de Estudos Portugueses na Universidade do Algarve. Mantém colaboração na imprensa regional. No Postal do Algarve criou e dirigiu o suplemento de artes e letras «Caderno de Artes.S». É editor na Sul, Sol e Sal.
Carla Moreira nasceu em Lagos nos conturbados anos 70 mas foi entre a margem sul e Lisboa que se criou.
Fez teatro no TEL, no Ideias do Levante e foi parte integrante da Trupe Barlaventina com Afonso Dias, Luís Abreu e Pedro Glória, onde actuou por todo o país e com quem gravou o “Lendas do país do sul” e “O perfume da palavra”. Deu e dará sempre voz à poesia (assim o fez em “Olhar de pássaro” e “Poetas da Lusofonia” de Afonso Dias e “Abecedário a Rimar” de Afonso Dias, Glória Marreiros e Cecília Marreiros Marum). Faz parte do projecto de contos “As desfiadoras” com Ana Machado, Joana Espinal e Pedro Guerreiro. Entre palavras ditas, também as escreve. Colaborou, como cronista no Repórter Sombra e noutras novidades que surgirão em breve.
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