Miguel Martins fundou o coletivo de arte Estúdio Onze em Faro, dedica-se ao mundo da arte desde 2013, mas é agora que decidiu lançar-se a solo, mostrando-se como artista plástico e escultor.
No dia a dia anda atento ao que pela beira da estrada se encontra, para ele, “não se desperdiçam postigos, cantarias nem azulejos rachados”.
Para a sua criação, todos estes achados contam, e depois de limpos, “são materiais nobres que contam a história do património material e arquitetónico português. As doações de postigos outros materiais são recorrentes e muito bem-vindas”, explica o artista em comunicado.
No seu atelier encontram-se dezenas de portas e postigos, restos de ferragens, cantarias e azulejos.
A sua criação é a combinação abstrata de um pouco de tudo isto. De 2020 a 2023 criou vários bustos. Alguns conhecidos, outros anónimos.
Nos últimos meses, tem descoberto outros formatos e maioritariamente peças maiores e mais abstratas, mas sempre com recurso a estes materiais.
A sua técnica é desenvolvida peça e peça, e cada pedaço tem que ser pensado, cortado, colado e unido ao todo que dá vida à escultura.
Miguel Martins é hoje em dia um artista único em Portugal, com uma técnica que só ele sabe desenvolver. Com o espírito autodidata, desde cedo que se predispôs a aprender sozinho, a buscar os conceitos que fazem sentido a tentar, a errar, a vingar. Uma vez após a outra.
No seu website e nas suas redes sociais podem ver-se as suas peças vendidas e/ou comissionadas desde 2020, um pouco do processo de criação e também da instalação de algumas das mais recentes criações.
As peças de assemblagem do artista plástico são únicas, irrepetíveis e dão nova vida aos antigos postigos em madeira.
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