A mina de sal-gema de Loulé vai acolher a partir de 30 de setembro uma exposição permanente de arte sacra alusiva à padroeira dos mineiros, Santa Bárbara, que ficará instalada numa galeria a 230 metros de profundidade, anunciaram os promotores.
A mesma fonte destacou que o acervo estará em exibição a uma profundidade que é o “equivalente subterrâneo de um prédio de 75 andares” e reúne “160 das mais emblemáticas peças da coleção Fernando de Mello Mendes”, engenheiro de minas e professor do Instituto Superior Técnico, sob o lema “Santa Bárbara, Padroeira de Mineiros e de Outras Artes”.
A coleção inclui obras que vão desde o século XVI até à atualidade, que têm “origem e estilos diversificados” na “geografia de onde são provenientes”, mas também nos “cultos religiosos dos seus autores”, e vai estar patente na “única mina portuguesa” de sal-gema ainda em laboração e visitável, salientaram os promotores.
“Trata-se de manifestações de devoção de cristãos ortodoxos da igreja oriental e da igreja russa, mas também cristãos coptas, católicos e anglicanos, o que confere à mostra uma dimensão universal, já que, o culto por Santa Bárbara se estendeu às Américas levado por espanhóis e portugueses”, referiram.
A Mina da Sal-gema de Loulé é a única mina portuguesa desta matéria-prima ainda em laboração, sendo parcialmente visitável. O principal nível de extração está a 230m de profundidade, correspondendo sensivelmente a 30 metros abaixo do nível médio da água do mar.
Os poços e os acessos da mina foram abertos pelos mineiros que, na década de 60 do século passado, foram para Loulé quando a Mina de São Domingos no Alentejo fechou.
A partir de outubro, os visitantes, para além do percurso turístico que lhes permitirá tomar contacto com uma parte do subsolo de Loulé, poderão visitar a exposição “Santa Bárbara, Padroeira de Mineiros e de Outras Artes”.