“Os humanos são melhores a criar coisas ou a destruí-las?” (Débora Ferreira, 10.º ano); “What does dying feel like?” (Frederik Holling, Year 10); “Existem limites ao nosso pensamento?” (Inga Lopes, 11.º ano), “What does the Underworld look like?” (Henley Morrisey, Year 4) ou “A vida pode acabar antes da morte?” (Daniel Ramos, 8.º ano) são algumas das questões que podem ler-se nas montras das lojas da Rua Maria Campina, em Loulé.
A ilustração destas perguntas em 16 montras daquela rua comercial foi realizada por alunos de 9.º ano e de Year 9, no âmbito da disciplina de Artes e Filosofia para Jovens.
A instituição de ensino explica que “são questões saídas da X edição do Festival de Perguntas do Colégio Internacional de Vilamoura (CIV) e saltam agora da esfera escolar para a esfera comunitária, num exercício de questionamento e provocação, apoiado pela Câmara Municipal de Loulé”.
O Festival decorre no CIV todos os anos, promovido pela professora e facilitadora de Filosofia, Laurinda Silva, e pela bibliotecária, Dina Adão, e sai agora para a rua no ano em que apaga 10 velas.
“Este exercício de questionamento é uma tarefa aparentemente simples”, refere Laurinda Silva, acrescentando que “apesar de se materializar somente na produção de uma frase – uma pergunta, neste caso – mobiliza de uma forma integral o conhecimento que o seu autor tem na direção daquele que deseja ter”.
“Esse conhecimento, aprendido na escola ou fora dela, incorpora uma dimensão de curiosidade natural em querer desvendar as coisas, o real, mas também uma dimensão de atenção e cuidado para com o mundo. E, nesse sentido, torna-se um ato político originário da construção do mundo, do modo como deseja que ele seja”, adianta.
“O Festival de Perguntas acabou por fazer parte do quotidiano dos alunos, criando uma certa cultura. Não é raro ouvir nos corredores: ‘Para o próximo ano ponho essa pergunta no Festival!’”, menciona. Por isso, acrescenta a facilitadora, “ao comemorar o décimo aniversário, consideramos que fazia todo o sentido sair fora de portas”.
Para além da ilustração de montras, a X edição do Festival de Perguntas circulará, em breve, materializada em banners na rede de transportes urbanos de Loulé, Apanha-me! (Loulé Concelho Global), com algumas das questões mais pertinentes deste exercício.
As perguntas darão ainda origem a uma exposição coletiva, para a qual foram convidados artistas das mais variadas expressões, e que estará patente, no mês de maio, na Galeria Aderita Artistic Space, em Vale do Lobo.
“A celebração do décimo aniversário do Festival de Perguntas vem reforçar a importância da promoção de uma cultura do espírito crítico, a importância do questionamento do mundo, ato que desencadeia a construção do conhecimento. A pergunta será sempre uma força motriz, alimentada pelo desejo de aprender, potenciadora da autonomia do pensamento e, por conseguinte, do desenvolvimento individual e coletivo. O Festival de Perguntas tem dado contributos muito significativos às áreas que são prioridades educativas sistémicas do CIV”, declarou Cidália Ferreira Bicho, diretora pedagógica do Colégio Internacional de Vilamoura.