O Governo lançou medidas de urgência para minorar a falta de professores, no entanto, segundo os diretores de escolas e os sindicatos, pode não haver “tempo útil” para as mesmas serem eficazes. De acordo com o jornal “Público”, cerca de 20 mil alunos estão sem professor a, pelo menos, uma disciplina. De forma a solucionar este problema, o novo ministro da Educação, João Costa, anunciou, esta quarta-feira, que vão ser levantadas as penalizações que impedem cinco mil professores de concorrer a um lugar nas escolas.
Os docentes que, até agora, estavam impedidos de “serem colocados em exercício de funções docentes” este ano, são aqueles que foram contratados e recusaram as colocações que lhes foram atribuídas. É um procedimento de “negociação obrigatória” com os sindicatos, diz o dirigente da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Vítor Godinho. As negociações vão arrancar a 18 de maio.
“Se tudo for feito de forma muito célere, ainda haverá algum tempo útil, mas será sempre muito pouco”, diz o responsável sindical. Este ano letivo já está perto de terminar: os alunos em anos de provas finais (9.º, 11.º e 12.º) vão entrar de férias a 7 de junho e os restantes do 2.º e 3.º ciclos e do 10.º ano acabam as aulas a 15 de junho. Só o pré-escolar e o 1.º ciclo se mantêm em funcionamento até ao final do mês.
O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, considera que esta é “uma medida administrativa que pode resolver uma parte pequena do problema da falta de professores, que é gigante”. O mesmo pensa o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira. “Pode ser uma solução pontual nalguns casos”, refere.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL