O Colégio Internacional de Vilamoura (CIV) apresentou, entre 10 e 12 de fevereiro, no IV Congresso Internacional de Pedagogia, em Braga, os resultados de um projeto-investigação em curso no Jardim de Infância, no âmbito da Educação para a Paz.
O encontro foi organizado pela Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa, pela Pontifícia Universitá Gregoriana e Universidad de Duesto, e conta, por exemplo, com as parcerias do Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos e da Fundação para a Ciência e Tecnologia.
Este congresso teve como principal objetivo “propiciar a apresentação e a discussão de trabalhos e investigações sobre o lugar e o papel da Educação na promoção e efetivação da justiça social, cultural e política, assim como dos direitos humanos numa perspetiva crítica e transformadora”, tendo reunido investigadores universitários de Portugal, Espanha, Brasil, Itália, Lituânia, Angola, Moçambique, e profissionais de educação de instituições de ensino pré-escolar, básico e secundário, bem como personalidades da cena política nacional e internacional.
Na conferência plenária, que contou com a presença de Ramos Horta (Prémio Nobel da Paz) e foi moderado pelo Professor João Duque, Ramos Horta propôs “um investimento mais empenhado na fraternidade, na solidariedade, na criação de projetos políticos verdadeiramente democráticos”.
A comunicação “Educação para a Paz: o reconhecimento da bondade num ambiente educativo aberto e multicultural”, apresentada pelo Colégio Internacional de Vilamoura, resultou de uma ação-investigação que envolveu todas as educadoras de infância, professores de música e de inglês, bibliotecárias, técnicos e auxiliares, alunos e respetivas famílias. Esta investigação-ação surge no âmbito do mote do Projeto Educativo “Educar para a bondade” e pretende dar resposta à questão inicial “De que forma o ambiente educativo pode promover uma educação para a Paz?”
Os resultados da investigação em desenvolvimento no jardim de infância, num ambiente educativo multicultural, onde convivem diariamente alunos e famílias oriundos de 24 nacionalidades diferentes, mostram claramente que a língua e a matriz cultural não constituem uma barreira para a paz e que o ambiente educativo aberto, promotor da autonomia, da responsabilidade, do respeito, da interajuda, da cooperação interpares entre todos os intervenientes no processo educativo, constituem um exemplo inspirador para as crianças.
Foi ainda visível a transferência das aprendizagens para o seio da família, através do uso de terminologia e de ações concretas, como uma maior empatia e cuidado com os outros ou o cuidado com a natureza e com os animais. Conclui-se, portanto que, tal como defende Thomas Lickona, a capacidade das crianças para a bondade nasce com elas. As equipas verificaram, porém, que é necessário cultivá-la ao longo da vida e desde a mais tenra idade para que seja possível colher frutos na sociedade futura.
Invocando a sabedoria de Gandhi: “Não existem caminhos que levem à Paz, a Paz é o caminho”, pelo que a escola tem um papel absolutamente essencial na transformação da sociedade.